terça-feira, 22 de março de 2011
Vannuchi defende aprovação rápida da Comissão da Verdade
O ex-ministro dos Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, defendeu nesta terça-feira, em Washington, a aprovação rápida e no formato atual do texto que estabelece a Comissão da Verdade no Brasil, que investigaria crimes cometidos durante a ditadura militar (1964-1985). "Abrir o debate de novo poderia criar algo mais rico, mas possivelmente impediria aprovação", afirmou Vannuchi durante seminário no Instituto Brazil do Wilson Center for International Scholars. O ex-ministro disse que a sociedade civil brasileira "já reconheceu" que os elaboradores do texto fizeram bem em ter "moderação" devido ao "clima parecido ao do golpe militar de 1964 em alguns discursos" durante o debate que se seguiu ao início do processo. Vannuchi disse que apesar da retirada do termo "justiça" do nome da comissão é possível a punição de "torturadores" considerados culpados. "Não é preciso jogar torturadores para morrerem no cárcere, é possível encontrar penas alternativas", afirmou. Ele também disse que não cabe "maniqueísmo" no debate, pois "o que houve no Brasil não foi uma guerra entre anjos e demônios". O ex-ministro fez ainda críticas ao ministro da Defesa, Nelson Jobim, por suas discordâncias acerca da comissão. Ele também criticou a imprensa por "excessiva editorialização das notícias" acerca da comissão. Vannuchi, que foi apresentado no seminário como candidato a comissário da Comissão Inter-Americana de Direitos Humanos, falou também sobre um tema que considera "correlato": a recente condenação do Brasil pela Corte Interamericana de Direitos Humanos por 62 desaparecimentos na guerrilha do Araguaia (1972-1975). A guerrilha foi a iniciativa terrorista do PCdoB, montada ainda na metade da década de 60, antes da edição do AI-5.
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