quarta-feira, 26 de janeiro de 2011
Deputado socialista paranaense denuncia que Eduardo Requião tem passaporte especial
O deputado estadual paranaense José Domingo Scarpellini (PSB) encaminhou um ofício ao ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, pedindo o cancelamento do passaporte diplomático que pertence a Eduardo Requião, ex-superintendente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), que está sendo investigado pela Receita Federal e pela Polícia Federal por causa de indícios de envolvimento em fraudes no Porto de Paranaguá, na Operação Dallas. Scarpellini conta que também pediu o cancelamento dos passaportes de Ana Helena Mothe da Silva Duarte e Tobias Duarte de Mello e Silva, respectivamente mulher e filho de Eduardo Requião. De acordo com Scarpellini, “fontes seguras” em Brasília lhe informaram que Eduardo Requião, que é irmão do ex-governador e senador eleito Roberto Requião (PMDB), obteve “em caráter excepcional” o passaporte diplomático para si e para os familiares durante o período em que foi secretário do Escritório de Representação do Paraná, em Brasília. Ainda segundo o deputado, a ex-primeira dama Maristela Requião também teria obtido o benefício no mesmo período. Segundo Scarpellini, o pedido de recolhimento, devolução e cancelamento dos passaportes se deve ao temor de que Eduardo Requião esteja escondido fora do Brasil. “Eu acredito que ele já está fora do País e não vai prestar as informações pedidas pela investigação se não houver intervenção do governo federal”, disse. Scarpellini também informou que enviou um ofício ao governador Beto Richa (PSDB) para que o Executivo estadual investigue a emissão de passaportes diplomáticos para membros do primeiro escalão do governo anterior e tome as providências que “achar necessárias”. No texto do requerimento protocolado ontem, Scarpellini argumenta que não há razão para que a família de Eduardo Requião tenha passaportes diplomáticos em virtude de “não desempenharem missão ou atividade de especial interesse do país, nem tampouco do estado do Paraná” e que os documentos devem ser “cancelados para não prejudicar o curso das investigações”. A acusação de que o ex-superintendente Eduardo Requião teria passaporte diplomático acontece em meio à polêmica sobre o uso do benefício deflagrada pela emissão de passaportes aos filhos do ex-presidente Lula. O Ministério Público Federal em Brasília recomendou ao Ministério das Relações Exteriores (MRE) a identificação de todos os passaportes diplomáticos concedidos no país entre 2006 a 2010 e a anulação dos atos de concessão do documento a pessoas não contempladas pela lei. A medida alcançaria os passaportes de Eduardo Requião e família.
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