segunda-feira, 20 de dezembro de 2010
Vannuchi diz que Jobim não é "canalha", mas está equivocado
Às vésperas do aniversário de um ano do lançamento do 3º Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3), o ministro da Secretaria Nacional de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, criticou o colega Nelson Jobim, ministro da Defesa, por sua oposição ao plano e seus ataques à implementação da Comissão da Verdade, que pretende investigar os crimes praticados pelos militares durante a ditadura. "Não considero o Jobim um fascista, um canalha, mas o considero defensor de uma posição equivocada", disse o ministro nesta segunda-feira, durante lançamento do 4º Relatório Nacional sobre os Direitos Humanos no Brasil, elaborado pelo Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (USP). Vannuchi, que deixa o cargo nos próximos dias e deve ser indicado pelo governo brasileiro para ocupar a Comissão Interamericana de Direitos Humanos, lembrou que Jobim foi um personagem importante na criação do PNDH-1 e evitou fazer críticas à sua permanência no governo da presidente eleita, Dilma Rousseff. Vannuchi afirmou que Jobim maculou sua biografia ao atacar o plano. O ministro da Secretaria Nacional de Direitos Humanos reiterou hoje que o objetivo da Comissão da Verdade é encerrar um capítulo importante da história do País, com a revelação da "narrativa oficial" dos casos de tortura e desaparecimento promovidos por uma minoria no Exército brasileiro. Segundo Vannuchi, a ausência de um pedido formal de desculpas é "a mãe de todas as impunidades" persistentes no País.
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