sábado, 18 de dezembro de 2010
Uribe e Quiroga pedem papel mais ativo do Brasil diante de ameaças à democracia
O ex-presidente colombiano Álvaro Uribe pediu na quinta-feira ao Brasil que seja mais ativo diante das "ameaças" à democracia, durante encontro com ex-governantes José María Aznar (Espanha), Jorge Quiroga (Bolívia) e o escritor peruano Mario Vargas Llosa. Os quatro se encontraram em Santiago, no Chile, no seminário "O futuro da liberdade em um mundo global", organizado pela Fundação Liberdade e Desenvolvimento. Uribe (2002-2010) alertou sobre a existência de "novas ditaduras imaturas, que se proclamam como os líderes da esquerda e incorrem nos piores vícios das ditaduras de direita", mas não disse expressamente a quem se referia. Ao ser questionado sobre o papel do Brasil na região, Uribe lembrou que seu governo apoiou a criação, em 2008, da Unasul (União de Nações Sul-americanas), que foi concebida como um projeto do presidente Lula. Em uma aparente alusão ao Brasil, Uribe afirmou que "um poder econômico" deve também ter "uma posição clara frente aos agressores da democracia e aos cúmplices do terrorismo", e criticou a estratégia diplomática que segundo sua opinião se estendeu na região. A crítica foi reiterada pelo boliviano Quiroga (2001-2002): "Queria que o Brasil fosse um vizinho mais ativo quando se vêem abusos à democracia", que considerou ainda a criação da Unasul como um espaço para deixar de fora os Estados Unidos e México e encurralar Uribe. Já o espanhol Aznar (1996-2004) saudou a decisão do Brasil de "ser o país do presente e agir como um dos novos poderes locais", embora tenha ressaltado a importância de que, para isso, o país "tenha uma boa orientação política". Antes dos pronunciamentos, Vargas Llosa, Aznar, Uribe e Quiroga conversaram e identificaram o "socialismo do século 21", o lema do governo do tiranete venezuelano Hugo Chávez, como um dos três riscos para a liberdade na América Latina, junto à criminalidade e ao narcotráfico. O Nobel de Literatura, Vargas Llosa, definiu Chávez como "anacrônico e risível" e afirmou que ele não representa "a cara da esquerda" latino-americana atual. Este papel, explicou, cabe hoje aos governos do Brasil e do Uruguai.
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