domingo, 12 de dezembro de 2010
Comitê do Nobel da Paz lamenta ausência de Liu Xiaobo e classifica China como ditadura
Durante a entrega do Nobel da Paz em Oslo, na Noruega, o presidente do comitê da premiação, Thorbjoern Jagland, lamentou a ausência do dissidente chinês Liu Xiaobo e classificou a China como uma ditadura, embora tenha ressaltado os avanços econômicos do país. Jagland relembrou outros casos em que um premiado não pôde comparecer à cerimônia e reiterou que o objetivo do comitê nunca foi ofender ninguém e sim promover a democracia. Ao mencionar o nome oficial da China, Jagland substituiu a palavra "república" por "ditadura", ao se referir ao país como "Ditadura Democrática do Povo da China". "Nós lamentamos que o premiado não esteja aqui hoje. Ele está em isolamento numa prisão no nordeste da China e tampouco pôde sua mulher Liu Xia ou seus parentes mais próximos estarem aqui conosco. Nenhuma medalha ou diploma portanto serão entregues hoje. Isso por si só mostra o quanto este prêmio foi necessário e apropriado", afirmou. "Felicitamos Liu Xiaobo pelo Prêmio Nobel da Paz 2010", disse o presidente, seguido de mais de um minuto de aplausos de pé de todas as autoridades presentes, incluindo os reis da Noruega. Em outro momento do discurso, ao exigir que Liu seja solto, Jagland recebeu aplausos de pé. "Liu Xiaobo não fez nada de errado e precisa ser libertado", afirmou. Imagens de televisão mostravam a cadeira vazia com o diploma do prêmio, simbolizando o dissidente impedido de comparecer. No Natal do ano passado a China colocou Liu na prisão por 11 anos, acusando-o de subversão do poder do Estado, por ele ser o autor principal da Carta 08, um manifesto pedindo reformas democráticas no país, onde só existe um partido, o Comunista.
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