quinta-feira, 9 de dezembro de 2010
Após anúncio no Twitter, grupo de hackers derruba acesso ao site da Visa
O grupo de hackers autointitulado Anônimo derrubou na noite desta quarta-feira o acesso ao site internacional da Visa, www.visa.com, que suspendeu o recebimento de doações ao site de vazamentos WikiLeaks. O ataque foi anunciado às 18 horas na conta do grupo no microblog Twitter. Às 19 horas, o grupo lançou o aviso "fogo, fogo, fogo" e, em cinco minutos, não era mais possível acessar o site da empresa operadora de cartões de crédito. Às 19h20, contudo, o acesso já estava normalizado. O grupo anunciou nos últimos dias a Operation PayBack (Operação Vingança), uma série de ataques contra sites de empresas que cancelaram os serviços prestados ao WikiLeaks desde o início do vazamento de 250 mil documentos diplomáticos americanos. Reunindo um grupo de cerca de 1.500 ativistas que ganhou notoriedade com ataques à Igreja da Cientologia e ao músico Gene Simmons, o grupo reivindica ainda ataques aos sites da Mastercard e do PayPal, que também suspenderam contas de doações ao site, além do banco suíço PostFinance, que fechou a conta do fundador do WikiLeaks, Julian Assange. As ações dos ativistas envolvem um "ataque distribuído de negação de serviço", um método praticado por hackers para reduzir a velocidade de um site ou mesmo tirá-lo do ar. Conhecido como DDoS (um acrônimo em inglês para Distributed Denial of Service), o ataque é uma tentativa de tornar os recursos de um sistema indisponíveis através de sobrecarga. Um computador mestre tem sob seu comando até milhares de outras máquinas, preparadas para acessar um site em uma mesma hora de uma mesma data. Como servidores web possuem um número limitado de usuários que pode atender simultaneamente, o grande e repentino número de requisições de acesso esgota o atendimento. A Visa anunciou a suspensão de todos os pagamentos e doações ao site WkiLeaks feitos na Europa na terça-feira. A principal concorrente da Visa, a MasterCard International, já tinha anunciado a mesma medida pouco antes. Os cancelamentos chegaram dias depois de o site de pagamentos PayPal ter cancelado a conta do WikiLeaks, impossibilitando o envio de doações à organização, e o banco suíço PostFinance ter encerrado a conta do site, alegando não ter conseguido verificar o endereço fornecido pelo fundador Julian Assange. O grupo Anônimo, que refere a si próprio como "movimento anônimo, descentralizado, que luta contra a censura", argumenta que as medidas de cerco contra o WikiLeaks "são grandes passos rumo a um mundo onde nós não podemos dizer o que pensamos e somos incapazes de expressar nossas opiniões e idéias". "Embora não tenhamos muito em afiliação com o WikiLeaks, nós lutamos pelas mesmas razões", disse o grupo, em comunicado.
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