terça-feira, 16 de novembro de 2010
Tribunal Militar libera acesso a processo de Dilma
Os ministros do Superior Tribunal Militar desautorizaram decisão do presidente da corte e liberaram acesso para o jornal Folha de S. Paulo aos autos do processo que levou a presidente eleita Dilma Rousseff (PT) à prisão, durante a ditadura militar (1964-85). O jornal havia protocolado no tribunal mandado de segurança para ter respeitado o direito constitucional de poder acessar os documentos. O presidente do Superior Tribunal Militar, Carlos Alberto Soares, ao negar acesso, por duas vezes, alegou que queria evitar uso político dos documentos. Em nova sessão marcada por discussões, dez ministros do tribunal votaram pela liberação do acesso. Para eles, trata-se de um "processo histórico", por isso o veto configurava censura e ia contra a liberdade de imprensa. Somente o relator do mandado de segurança, Marcos Torres, votou contra. Segundo ele, o jornal, ao consultar os documentos, iria invadir a intimidade e a privacidade da presidente eleita. A ministra Maria Elizabeth Rocha, que assessorou Dilma na Casa Civil, votou pela publicidade do processo, mas fez a ressalva de que todo e qualquer relato de tortura deveria ser mantido sob sigilo, para se preservar a intimidade dos envolvidos. Esse argumento também foi rejeitado pelos demais ministros do tribunal. "Não existe liberdade de imprensa pela metade", disse o ministro Artur Vidigal de Oliveira. Fernando Sérgio Galvão, que já tinha se posicionado contra o acesso ao processo, mudou de opinião, votando a favor do jornal. O julgamento da ação havia sido suspenso duas vezes, a última, em 19 de outubro, após pedido da Advocacia-Geral da União para se manifestar. Na retomada da sessão, a Advocacia Geral da União argumentou que Dilma e todos os demais réus no processo, mais de 70, deveriam ser ouvidos antes da liberação dos papéis. Os ministros do Superior Tribunal Militar, contudo, também rejeitaram o pedido. A Folha poderá consultar o processo após a publicação da ata da sessão, o que deve ocorrer na próxima semana. O vice-presidente do Superior Tribunal Militar, William de Oliveira Barros, que presidiu a sessão, disse que, "a princípio", somente a Folha terá acesso aos autos, já que "foi ela quem pediu". Ele substitui o presidente da corte, Carlos Alberto Soares. Taís Gasparian, advogada do jornal, comemorou a decisão, "uma vitória não só da Folha, mas de toda a sociedade". Em agosto, a Folha revelou que o processo de Dilma foi trancado em um cofre do tribunal, em março, por decisão do presidente do Superior Tribunal Militar. Arquivado desde 1970, o processo traz informações de Dilma e outros militantes que atuaram na VAR-Palmares, organização terrorista da esquerda armada. Presa no início de 1970, ela foi condenada por subversão, foi torturada e afinal solta no final de 1972.
Um comentário:
Srs.
Não sou petista, não sou lulista e nem tão pouco dilmista. Lamentei que o Serra não tenha sido eleito.Ficou para trás. A imprensa fica "fuchicando" em assuntos que são passado. No que vai ajudar ficar trazendo a baila este assunto morto e enterrado? Será que este pessoal envolvido em desenterrar mortos se põe no lugar da Dilma por ex.? em ver sua privacidade aberta ao publico? será que esta mulher não quer pensar apenas no futuro? no futuro do Brasil ja que foi eleita pelo seu povo? tem que haver mais respeito e se preocuparem mais com os projetos, viver o presente, certamente colocar na midia as barbaridades que todos ja conhecemos , não vai somar nada. Vai apenas re-abrir feridas, acirrar mágoas, rancores. Atiçam a discordia, a vingança. Não sei o que pensa a Dilma sobre isto,
certamente eu não gostaria de lembrar este episodio que foi odioso para todos que diretamente ou indiretamente estiveram envolvidos, ou vivendo na época da ditadura.
Façam uma corrente de fraternidade, de tolerância... agora é dar apoio nos bons projetos que ela apresentar , criticar o que for ruim, construtivamente, porque ela precisa saber, ate para mudar.
P´ra frente Brasil.
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