quarta-feira, 17 de novembro de 2010
Cesar Maia relembra a história da morte insepulta do PMDB de São Paulo
Diz o ex-governador do Rio de Janeiro, Cesar Maia, em seu blob: "1. Caso único foi a extinção do PMDB de SP nesta eleição de 2010. Único porque estando associado ao governo federal, com candidato a vice-presidente e ao mesmo tempo presidente nacional do PMDB, o partido elegeu apenas um deputado federal; 2. A história do PMDB-SP se bifurca em antes e depois da crise de 1986. Montoro, governador, designou Covas prefeito contra a opinião de Quércia. Em 1983, Montoro levou Fernando Henrique Cardoso a presidente do PMDB-SP. Mas o grupo Montoro perdeu a designação para governador de SP em 1986, vencida por Quércia, que se elegeu governador; 3. Na Constituinte de 1987-1988, a ruptura do PMDB de SP ficava clara. Antes mesmo de ser encerrada a constituinte, em maio de 1988, a dissidência montorista do PMDB-SP se apresenta como partido: o PSDB. Em 1990 o grupo Quércia ainda vence a eleição para governador com Fleury. A partir daí as curvas se invertem: o PSDB-SP ascende e o PMDB-SP entra em curva descendente; 4. O falecimento de Ulysses Guimarães, em outubro de 1992, eliminou os conflitos com os autênticos. Em 2002, a candidatura do PSDB de Serra, ao atrair o que chamavam de resquícios do PMDB autêntico de Ulysses para vice, resultou em nada. Em 2006, o PMDB elege a maior bancada nacional à câmara de deputados. De SP, apenas 7%, ou 6 deputados federais; 5. Em 2010, o PMDB-SP tem sua pior performance histórica. Com a doença de Quércia e a eleição de Temer para vice-presidente, o PMDB-SP foi, na prática, extinto. O espólio é valioso: vácuo de liderança partidária regional, participação no governo federal, e segundo tempo de TV. Como diz a tradição -na política não há vácuo- a oferta e a demanda pelo controle do PMDB-SP seriam inevitáveis. E já está em curso.
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