Com estilo de trabalho semelhante ao de Dilma Rousseff, a diretora de Gás e Energia da Petrobrás, Maria das Graças Foster, deve ter papel de destaque no novo governo. Se não precisar ceder a vaga para acomodação política, Dilma poderá remanejar Graça, como é conhecida, para a presidência da Petrobrás. O comando da estatal, atualmente, está com José Sérgio Gabrielli (PT), mas a presidente eleita já teve vários enfrentamentos com ele. A Petrobrás tem orçamento maior do que muito ministério, com previsão de investimentos na casa dos R$ 91,3 bilhões para 2011. Dilma também estuda a possibilidade de levar Graça para perto dela, no Palácio do Planalto. Na bolsa de apostas, o nome da engenheira química é cotado para a Casa Civil, ministério que será reformulado, perdendo funções executivas. Por enquanto, porém, Dilma prefere que a ascensão da amiga seja na própria Petrobrás. Primeira mulher a integrar a diretoria executiva da estatal, Graça é vista como "gerentona" eficiente e "caxias", que trabalha mais de 12 horas por dia. Mas não tem perfil político. A presidente eleita é tão amiga de Graça que sai para jantar com ela quase toda vez que vai ao Rio de Janeiro. As duas se conheceram em 1999 e ficaram mais próximas quando Dilma era ministra de Minas e Energia e, depois, da Casa Civil. Foi o presidente Lula quem pediu para sua herdeira levar um time feminino ao governo. No primeiro discurso, na noite da eleição, Dilma sinalizou que seguirá a recomendação e tratou o assunto como "compromisso". A posse da primeira mulher presidente do Brasil marcará uma mudança nos ritos e costumes da República. Dilma terá quatro ajudantes de ordens, todas mulheres. A chefe será uma comandante da Marinha. Suas subordinadas serão das três Forças Armadas. O esquema de segurança também sofrerá adaptações para abrigar o quadro feminino das Forças Armadas, da Polícia Federal e até da Polícia Militar. "O visual do governo vai mudar", brincou Lula. Ele aconselhou Dilma a não puxar para a Esplanada nenhum dos aliados eleitos para o Senado, sob o argumento de que o governo precisará de pontas de lança na Casa. O grupo da ex-ministra do Turismo Marta Suplicy, no entanto, faz de tudo para emplacá-la novamente na Esplanada. Os discípulos de Marta, senadora eleita pelo PT de São Paulo, querem que ela vá para o Ministério das Cidades, um dos cargos mais cobiçados da equipe. O PP ocupa a cadeira e deseja mantê-la, o PMDB está de olho na vaga e no PT não há unanimidade em torno de Marta Suplicy. Dilma ainda não bateu o martelo sobre a escalação feminina. Mas dá sinais de que pretende prestigiar algumas das atuais colaboradoras do governo, como as gaúchas Tereza Campello, assessora especial da Casa Civil, e Alexandra Reschke, secretária de Patrimônio da União.
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