segunda-feira, 1 de novembro de 2010
Após barrar cargueiros, Alemanha proíbe todos os vôos de passageiros vindos do Iêmen
O governo alemão decidiu nesta segunda-feira proibir todos os vôos de passageiros procedentes do Iêmen, medida emitida pelo Ministério dos Transportes no mesmo dia em que o Reino Unido anunciou uma reunião de segurança de emergência e que os Estados Unidos enviaram uma equipe de investigação à Sanaa, capital iemenita. Com o envio de seus especialistas ao Iêmen, Washington reforçou ao governo daquele país que cabe aos Estados Unidos liderar os esforços de investigação, indicou o chefe de contraterrorismo americano, John Brennan. Ainda no domingo, a Alemanha já havia barrado a entrada em seu território de todos os vôos de carga oriundos do Iêmen, de acordo com o ministro do Interior, Thomas de Maiziere. "O governo federal afirma que, a partir de agora, nenhuma carga procedente do Iêmen entrará na Alemanha", declarou o ministro após a descoberta de dois pacotes com explosivos procedentes deste país e destinados aos Estados Unidos. A França também anunciou no sábado a suspensão da entrada de carga aérea procedente do Iêmen. O governo britânico discutirá em particular medidas para reforçar a segurança no transporte de cargas, cujas normas são atualmente bem menos rigorosas do que o de passageiros. O artefato encontrado no aeroporto de East Midland só foi detectado pelas autoridades em uma segunda inspeção na carga transportada pela aeronave. A associação de pilotos de companhias britânicas diz que vem alertando há muito tempo as autoridades do país sobre a falta de segurança nesse tipo de vôo. Segundo seu secretário-geral, Jim McAuslan, os controles são em geral "redundantes" no transporte de passageiros, e os recursos poderiam ser melhor empregados. Segundo o governo britânico, as bombas encontradas poderiam ter derrubado os aviões em que se encontravam caso tivessem sido acionadas. Os Estados Unidos enviaram uma equipe de investigadores ao Iêmen para ajudar nas buscas pelos suspeitos de terem despachado os artefatos no aeroporto de Sanaa, que tinham como destino duas sinagogas em Chicago. Uma porta-voz da companhia aérea Qatar Airways afirmou que as duas bombas encontradas viajaram em dois diferentes vôos comerciais, de passageiros, antes de serem detectadas. As duas bombas escondidas em cartuchos de impressora modificados foram recebidas no centro de operações em Doha, capital do Qatar, antes de serem transportadas em dois diferentes vôos comerciais. Uma das bombas foi interceptada e descoberta ainda na segunda escala, em Dubai, num avião da FedEx, e o outro somente no aeroporto de East Midlands, no Reino Unido, numa aeronave da UPS (United Parcel Service), duas empresas globais de logística. Acredita-se que um fabricante de bombas da Arábia Saudita está trabalhando com a filial iemenita da Al Qaeda. Ele é um dos principais suspeitos da operação. Ibrahim Hassan al Asiri, que está no topo de uma lista de terroristas da Arábia Saudita, é o irmão de um terrorista morto no ano passado, quando tentava explodir uma bomba para assassinar o chefe da autoridade de combate ao terrorismo na Arábia Saudita, o príncipe Mohammed bin Nayef.
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