terça-feira, 12 de outubro de 2010
Amigo da petista Erenice vai ser demitido da presidência dos Correios
A crise política nos Correios deve fazer sua próxima vítima dentro de algumas semanas: ninguém menos que o próprio presidente da estatal, David José de Matos. É consenso no Palácio do Planalto que sua permanência no cargo é insustentável. Indicado pela petista Erenice Guerra, braço direito de Dilma, de quem é amigo pessoal, David José de Matos é o elo que ainda resta entre a ex-ministra da Casa Civil e o primeiro escalão do governo Lula. É amigo da petista Erenice desde os tempos em que trabalharam juntos na Eletronorte. Em junho, a ex-ministra empregou uma filha do presidente dos Correios, Paula Damas Matos, em seu gabinete. Um serviço, disse ela, apenas temporário, mas com um salário de R$ 6,5 mil. Um filho de Erenice, Israel Guerra, trabalhava na Terracap, órgão do governo do Distrito Federal que já teve David de Matos como presidente. O chefe dos Correios ainda é afilhado político do deputado federal Tadeu Filippelli, que dirige o PMDB do Distrito Federal e é o candidato a vice-governador na chapa do petista Agnelo Queiroz. A aprovação por David de Matos de um contrato superfaturado em R$ 2,8 milhões para favorecer a Total Linhas Aéreas foi a gota d" água para o presidente Lula e seus assessores em relação ao presidente dos Correios. Os documentos mostram que Matos comandou a reunião de diretoria que autorizou a contratação em uma licitação que só teve uma empresa e cujo resultado financeiro ficou acima do estipulado pelos próprios Correios. Os papéis mostram o esforço do coronel Eduardo Artur Rodrigues, então diretor de Operações dos Correios, para convencer, com sucesso, David de Matos a aprovar o fechamento do contrato. A dúvida dentro do Palácio do Planalto é se a "cabeça" de Davi de Matos deve ser entregue agora, durante a campanha eleitoral, ou somente após as eleições, quando a pressão externa costuma diminuir. De qualquer forma, a manutenção dele no cargo é um risco para novas denúncias de irregularidades envolvendo um amigo e indicado de Erenice Guerra, que era braço direito de Dilma na Casa Civil. O governo também está avaliando a demissão do diretor comercial dos Correios, Ronaldo Takahashi, em função da sua ligação com a ex-ministra da Casa Civil, a petista Erenice Guerra.
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