O tribunal de crimes de Guerra do Camboja, realizado em parceria com a ONU, indiciou nesta quinta-feira quatro ex-líderes do comunista Khmer Vermelho, regime que governou o país asiático na década de 70 e que é acusado de milhares de mortes no período. Os quatro estavam presos desde 2007 e são acusados de genocídio, tortura e perseguição religiosa. Nuon Chea, que foi o segundo no comando do líder do Khmer Vermelho, Pol Pot, irá a julgamento em 2011, juntamente com o ex-chefe de Estado, Khieu Samphan, o ex-ministro de Assuntos Exteriores, Ieng Sary, e sua mulher, Ieng Thirith, ex-ministra de Assuntos Sociais. O juiz e investigador do caso, You Bunleng, disse que os juízes da ONU decidiram retomar os julgamentos. "O caso, que havia sido abandonado sem investigação durante quase 30 anos, já tinha evidências suficientes para seguir adiante", afirmou. Em julho, o antigo chefe de prisão cambojano Duch foi condenado a 35 anos de prisão por crimes contra a humanidade. Ele foi a primeira pessoa a ser condenada pelo tribunal. O Khmer Vermelho, regime comunista maoísta fundado por Pol Pot, governou o Camboja entre 1975 e 1979. Foi a maior experiência recente de genocídio comunista dos últimos tempos. O governo aboliu a religião, as escolas e a moeda, determinou a evacuação de cidades e trabalhos forçados em plantações de arroz. Durante o período, cerca de 2 milhões de pessoas morreram de fome, por excesso de trabalho, ou foram executadas.
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