O Inquérito 681, que investiga esquema de corrupção no governo do Amapá, revela que o presidente do Tribunal de Contas do Estado, José Júlio de Miranda Coelho, 63 anos, teria mantido relações sexuais com menores. Segundo relatório da Polícia Federal enviado ao Superior Tribunal de Justiça, Coelho mantinha financeiramente uma mulher e duas filhas dela em troca de favores sexuais. Coelho é apontado pela Polícia Federal como um dos pivôs do escândalo no Amapá. De acordo com o relatório da Policia Federal, por meio do Tribunal de Contas da União, respaldava contratos fraudulentos do governo estadual. Na casa de praia do presidente do Tribunal de Contas, na Paraíba, a Polícia Federal apreendeu cinco carros de luxo, entre os quais uma Ferrari e uma Maserati. Também foi localizado um jatinho pertencente a ele, “escondido” em um aeroporto de Minas Gerais. Além disso, o documento afirma que Coelho é dono de várias empresas por meio de “testas de ferro” e que tinha movimentação bancária incompatível com a remuneração como presidente do Tribunal de Contas do Estado. Segundo o inquérito, ele fez saques bancários da conta do tribunal em um valor total de mais de R$ 7 milhões, sem especificar a finalidade. Na quinta-feira o ministro João Otávio de Noronha, do Superior Tribunal de Justiça, determinou o fim do segredo de justiça de parte do inquérito, que reúne cerca de 800 páginas. Conversas telefônicas gravadas em 26 de maio deste ano pela Polícia Federal com autorização judicial e transcritas no inquérito mostram a negociação do presidente do Tribunal de Contas com a mãe das menores. A mulher reclama por telefone o pagamento de R$ 500,00 que teria faltado no último depósito mensal feito por Coelho.
Mulher - Olhe, deixe eu te falar uma coisa: aquele dinheiro de banco que você depositava para mim e para C., né? Aí, sobrava R$ 2.500,00 para mim e R$ 1.500,00 pra C. Aí, o senhor pegou e deu R$ 2.000,00 pra C. e tirou os meus R$ 500,00. Sabe que eu pago empregado, pago energia.
Coelho - Todo mês agora eu vou depositar R$ 2.500,00 não se preocupe, tá? Na segunda-feira eu boto os R$ 500,00 que tá faltando.
A pessoa identificada como C. a que a mulher se refere é a filha dela, de 17 anos, segundo o documento da Polícia Federal. Até esse ponto do texto do inquérito, era possível interpretar que Coelho mantinha relações com a mãe das meninas. No entanto, o restante do diálogo, segundo demonstra a Polícia Federal, deixa claro que o interesse dele é nas menores. De acordo com o relato, depois de assegurar o pagamento de R$ 500,00 o presidente do Tribunal de Contas do Estado pede à mulher para falar com a outra filha dela, J., que tem 14 anos.
Coelho - Agora, passe pro amor da minha vida, pra minha vida.
Menina de 14 anos - Oi.
Coelho - Oi, linda, tudo bem?
Menina de 14 anos - Tudo.
Coelho - Sonhei com você essa noite.
Menina de 14 anos - Foi?
Coelho - Foi. Um sonho lindo, fazendo amor contigo. Melhor ainda, porque naquele dia foi show. Naquele dia...
Menina de 14 anos - Legal, né?
No mesmo diálogo, descreve o texto, o presidente do Tribunal de Contas do Estado do Amapá dá a entender que tirou a virgindade da menor. Ele encerra a conversa assegurando à menina que cumprirá o pedido da mãe dela de depositar mais dinheiro.
Coelho - Na última vez, foi quando você realmente virou mulher, sabia? Foi uma loucura, uma loucura. E, atendendo a seu pedido, vou botar R$ 1.000,00 na conta da sua mãe. Tá certo? Tá beleza?
Menina de 14 anos - Boa noite.
Coelho - Te amo, te amo, te amo. Quarta-feira te ligo para a gente sair, tá?
Menina de 14 anos - Tá.
Coelho - Te amo. Tchau, tchau.
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