O governo socialista de Portugal colocará à venda na próxima semana 7% da companhia petrolífera Galp que ainda tem em seu poder, equivalente a 900 milhões de euros (US$ 1,2 bilhão), com uma emissão de obrigações, anunciou nesta quinta-feira a entidade estatal Parpública. A Galp Energia, cujos principais acionistas são a italiana ENI e o grupo luso Amorim, com 33,3% de títulos cada um, está entre as empresas de participação pública das quais o governo português decidiu desfazer-se em março dentro das medidas para reduzir a despesa do Estado e injetar receita. A Parpública, que controla os títulos da Galp e de outras empresas com capital estatal, informou ao regulador da Bolsa de Valores que a operação será iniciada na próxima terça-feira por meio de uma emissão de obrigações conversíveis em ações de Galp. O comunicado da entidade estatal à CMVM (Comissão do Mercado de Valores Mobiliários) assinala que a emissão inscreve-se em uma nova fase de privatização da companhia petrolífera, uma das maiores empresas lusas e com atividade na Espanha, Brasil, Venezuela, Angola e outros países africanos. A venda de ações de Galp faz parte do PEC (Plano de Estabilidade e Crescimento) para o período 2010-2013 apresentado pelo governo português à União Européia para reduzir o déficit público de 9,4% em 2009 para 2,8%. O primeiro-ministro socialista luso, José Sócrates, incluiu nesse programa um conjunto de medidas de austeridade, com redução das despesas da Administração e aumento dos impostos, para enfrentar a desconfiança dos mercados internacionais e a grave crise econômica que vive o país. A Galp Energia é uma das maiores empresas lusas, com ativos de 12 bilhões de euros (US$ 16,06 bilhões) e operações em 13 países, que incluem acordos para exploração e comercialização de hidrocarbonetos com as empresas estatais PDVSA (Venezuela), Petrobras (Brasil), Sonangol (Angola) e Sonatrach (Argélia).
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