quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Governo do Distrito Federal exonera filho e irmão de Erenice Guerra

O governo do Distrito Federal exonerou nesta quinta-feira o filho da ex-ministra Erenice Guerra, Israel Dourado Guerra, do cargo comissionado que tinha na Terracap (Companhia Imobiliária do Distrito Federal). O governador Rodrigo Rosso (PMDB) também determinou a suspensão de pagamento que o filho da ex-ministra tenha a receber. A Corregedoria do Distrito Federal fará ainda um procedimento administrativo para apurar eventuais irregularidades de Israel na sua função. O governo mandou a Novacap (Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap) exonerar o irmão de Erenice, José Euricélio Alves de Carvalho. Depois de se reunir com o presidente Lula, a ministra Erenice Guerra entregou o cargo. A situação dela se tornou insustentável no governo com a publicação de reportagem na edição desta quinta-feira do jornal Folha de S. Paulo que aponta lobby feito por seu filho dentro da Casa Civil. Uma empresa de Campinas confirma a existência de um lobby na Casa Civil e acusa Israel Guerra de cobrar dinheiro para obter liberação de empréstimo no BNDES. No lugar da Erenice assume Carlos Eduardo Esteves Lima, secretário-executivo. Ele ficará interinamente no cargo de ministro. O presidente deve decidir o substituto até a próxima semana. Lula disse que quem trabalha no governo não pode errar, em referência a Erenice. "Quando a gente está na máquina pública, não tem o direito de errar", disse: "E se errar, a gente tem de pagar". A declaração foi dada momentos antes de receber de Erenice a carta de demissão. Além da empresa de Campinas, Erenice também teria atuado, segundo reportagem publicada na revista Veja, para viabilizar negócios nos Correios intermediados por uma empresa de consultoria de propriedade de Israel. A coordenadora-geral do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), Miriam Belchior (ex-mulher do assassinado prefeito petista Celso Daniel), cotada para o lugar de Erenice, perdeu força nas últimas horas porque ela está com receio de assumir o cargo e virar alvo da imprensa. Lima foi indicado por Erenice para a secretaria-executiva do ministério. No período em que Dilma Rousseff esteve no comando da Casa Civil, ele era subchefe-adjunto de Análise e Acompanhamento de Políticas Governamentais. Funcionário de carreira, foi interventor da Previ (fundo de previdência privada dos funcionários do Banco do Brasil) e inventariante da LBA no governo Fernando Henrique Cardoso.

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