A governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius (PSDB), tomou nesta segunda-feira a decião de praticamente desmontar, quase extinguir, a Casa Militar do Palácio Piratini. Logo cedo, pela manhã, o chefe da Casa Militar, tenente-coronel Marco Antônio Quevedo, chefe do órgão, protocolou pedido de aposentadoria no Departamento Administrativo da Brigada Militar. Ao mesmo tempo, a governadora Yeda Crusius comandava reunião na qual foi decidido que a Casa Militar estava sofrendo um corte de 50% dos seus efetivos. Também ficou decidido pela governadora que os membros da Casa Militar não terão mais acesso ao sistema Consultas Integradas. As mudanças ocorrem 10 dias depois de o sargento César Rodrigues de Carvalho, que atuava na Divisão de Inteligência da Casa Militar, ser preso a pedido do Ministério Público sob suspeita de extorquir contraventores e de acessar indevidamente dados sigilosos de políticos e de autoridades. Conforme o secretário da Transparência e da Probidade Administrativa, Francisco Luçardo, o efetivo da Casa Militar deve ser reduzido em 50% e o setor de inteligência será extinto. Os serviços de informações necessários para garantir a segurança da governadora Yeda Crusius e de seus familiares ficarão a cargo da Brigada Militar. O tenente-coronel Quevedo, que iria ter reunião com o promotor de Canoas, Amilcar Macedo, que conduz inquérito sobre a suposta extorsão praticada pelo sargento César Rodrigues de Carvalho e arapongagens em geral, foi avisado por um torpedo que não estaria na reunião. Assim, no começo da tarde, o promotor bateu na porta do Palácio Piratini e não havia quem o recebesse para que pudesse realizar investigação com ordem judicial, dos carros utilizados pela segurança do Palácio Piratini. Segundo ele, um desses carros era usado pelo sargento em suas supostas extorsões de bingueiro em Canoas, e aparecia em gravação de câmera de segurança da cidade. Ao final da tarde, uma fonte muito bem situada informou ao editor de Videversus, jornalista Vitor Veira, que a governadora Yeda Crusius havia recebido a informação de que jornalistas da RBS, entre repórteres, editores e radialistas, haviam recebido dez senhas do sargento César Rodrigues de Carvalho para acessar os sistemas de segurança do Estado. Isto confirmaria informação do promotor Amilcar Macedo de que jornalistas tinham requisitado informações sigilosas dos sistemas de segurança gaúchos. O próprio jornal Zero Hora, do grupo RBS, na sexta-feira da última semana, fez uma inédita confissão em matéria na página 18 de que seus profissionais obtinham informações dos sistemas de segurança do Estado do Rio Grande do Sul para suas investigações jornalísticas. Agora a expectativa é para que o promotor divulgue as senhas, as pessoas que foram bisbilhotadas, e os números (IPs) dos computadores acessaram os sistemas de segurança do governo do Rio Grande do Sul.
Nenhum comentário:
Postar um comentário