sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Jarbas Passarinho confessa que sabia da participação da repressão brasileira na Operação Condor

Jarbas Passarinho, coronel reformado do Exército brasileiro, ministro de três dos cinco generais que governaram o País durante a ditadura militar (1964-1985), e um dos signatários do famigerado AI 5, confessou que sabia da existência da Operação Condor. Segundo Passarinho, a participação do Brasil foi muito limitada: "Nós prendíamos e mandávamos de volta. Se soubesse que, mandando para a Argentina, a pessoa ia ser morta, tenho a convicção de que o governo não mandaria”. Acrescentou ele: “Eu só tinha a informação de que havia uma lista com nomes de pessoas que tinham ficha em seus países. Quando a pessoa queria entrar no Brasil, se não fosse clandestinamente, se o nome dela estivesse nessa lista, era impedida e voltava para o país de origem. Nós prendíamos e mandávamos de volta, onde ela ia ser julgada. Isso não é crime. Eu defendo as pessoas do governo porque as conheci durante a vida, e não por indícios como faz o juiz italiano”. Jarbas Passarinho age como os militares nazistas, diante do Tribunal de Nuremberg, que diziam ter apenas cumprido ordens quando executaram o Holocausto dos judeus. Ele comentou: “Um pândego da OAB disse que é a mesma coisa que levar um caminhão, no tempo do nazismo, cheio de judeus para serem sacrificados. Isso é demais. Não passou de uma troca de informações. Porque se soubesse que, mandando para a Argentina, a pessoa ia ser morta, tenho a convicção de que o governo não mandaria”. É uma maravilha o quanto era “ingenuozinho” o coronel Passarinho. Ele disse mais: “O que parece ridículo são as pessoas que dizem que não podia extraditar senão de acordo com a lei. A gente estava em uma guerra! Uma guerra não-declarada. Não ia prender o sujeito para depois o Supremo Tribunal Federal se pronunciar. Nós estávamos com o AI-5. É de uma injustiça brutal”. Essa é a conversa dos militares. Estavam em uma guerra, uma guerra não declarada. Ora, isso não existe. O Estado, mesmo ditatorial, tinha regras. Por ser combatido por terroristas o Estado não deve instalar o terror oficial. Ao final, Jarbas Passarinho disse: “Mas, eu tenho a consciência tranqüila. Não tenho as mãos sujas de sangue”. Tem, sim, as mãos sujas de sangue, assim como Delfim Netto, outro signatário do infame AI 5, hoje um dos líderes do PMDB. Dá para acreditar?!!!!!.

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