Após ter carregado sozinho, por mais de dois anos, a culpa exclusiva pelo escândalo do Mensalão, o ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, decidiu dividir a responsabilidade com a direção nacional do partido. Interrogado na quarta-feira na Justiça Federal, Delúbio Soares disse que toda a executiva nacional do PT sabia da existência de uma dívida “não-contabilizada” de R$ 26 milhões, remanescente da campanha de Lula de 2002. Conforme ele, em reunião, a executiva lhe deu carta branca para obter recursos “onde quer que fosse”. A saída encontrada por Delúbio Soares, conforme ele próprio, foi recorrer a Marcos Valério de Souza, que repassou R$ 55 milhões ao PT por meio de suas empresas. “Encontra uma solução para esse problema”, teriam dito dirigentes petistas, segundo trecho do interrogatório prestado à juíza da 2ª Vara Criminal Federal de São Paulo, Sílvia Maria Rocha. No depoimento, Delúbio cita os nomes de todos os setores do partido e do governo. Entre os integrantes da executiva em 2002 citados por Delúbio Soares estão Marta Suplicy (então vice-presidente do PT, hoje ministra do Turismo), Valter Pomar (então segundo-vice, hoje secretário de Relações Internacionais), Romênio Pereira (na época secretário de Relações Institucionais), Joaquim Soriano (atual secretário-geral do PT), Aloizio Mercadante (senador, na época líder do PT na Câmara dos Deputados), Jorge Bittar (deputado, na época secretário-geral), além do então presidente do partido, José Genoino, e do então secretário-geral, Sílvio “Land Rover” Pereira.
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