Justiça Federal suspende cotas no vestibular da UFSC

A Justiça Federal determinou que a UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) suspenda o sistema de cotas para negros no próximo vestibular da instituição. A decisão vale apenas para um candidato ao curso de geografia que entrou com uma ação na Justiça. A universidade decidiu em julho destinar 20% das vagas do próximo vestibular a alunos que tenham cursado o ensino fundamental e médio integralmente em escolas públicas e outros 10% para candidatos que se declararem negros. O estudante que entrou com a ação, Tiago Duarte do Nascimento, poderá ganhar a vaga na universidade se for classificado entre os primeiros vestibulandos fora do sistema de cotas a não atingir pontos suficientes para a aprovação. Para os outros candidatos, a classificação continua normal. O juiz Carlos Alberto Dias considerou que o sistema é inconstitucional porque fere o princípio da igualdade. Também afirmou que não há como identificar com precisão os negros no Brasil. "Diferentemente do que ocorre nos Estados Unidos, a miscigenação entre os denominados brancos e negros torna a identificação por fenótipo absolutamente inconsistente", disse. O próprio estudante foi quem decidiu entrar na Justiça. "O sistema de cotas irá acentuar mais a discriminação racial, em vez de facilitar o acesso a todos à universidade pública", disse o pai dele, Márcio do Nascimento.