segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Dossiê lista os brasileiros que desapareceram como vítimas da Operação Condor

Uma nova edição do "Dossiê dos Mortos e Desaparecidos Políticos a partir de 1964" relaciona pelo menos seis brasileiros que desapareceram na Argentina como vítimas da Operação Condor, plano de repressão conjunta de ditaduras sul-americanas contra opositores nos anos 70 e 80. O dossiê foi organizado pela Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos. Os brasileiros desaparecidos na Argentina são os seguintes: Francisco Tenório Cerqueira Júnior (na foto, pianista, desaparecido e assassinado pela repressão argentina, em 1976, quando estava em excursão junto com Toquinho e Vinicius de Moraes pelo país), Roberto Rascardo Rodrigues (1977), Luiz Renato do Lago Faria (1980), Maria Regina Marcondes Pinto de Espinosa (1976), Sidney Fix Marques dos Santos (1976) e Walter Kenneth Nelson Fleury (1976). Na última segunda-feira a Justiça italiana, que investiga a Operação Condor, expediu 140 mandados de prisão contra os responsáveis pelas juntas militares e serviços de inteligência do Brasil, Argentina, Chile, Paraguai, Uruguai, Bolívia e Peru. Entre os investigados estão 11 brasileiros. Eles são acusados de participação na Operação Condor. O procurador italiano Giancarlo Capaldo disse que quer a colaboração do Brasil para o julgamento dos brasileiros na Itália. Os brasileiros foram denunciados pelo desaparecimento de dois ítalo-argentinos em território brasileiro: Lorenzo Ismael Viñas (26 de junho de 1980) e Horacio Campiglia (12 de março de 1980). Junto com Horácio Campiglia foi seqüestrada pelas forças da repressão argentina, com suporte das forças de repressão brasileiras, a argentina Mônica Binstock (de origem judaica), quando ambos chegavam em um vôo procedente do México. O ministro da Justiça, Tarso Genro, disse, peremptoriamente, que os repressores brasileiros com ordem de prisão emitidas na Itália não serão expatriados para serem julgados pelos crimes de lesa-humanidade. Ele alega que a Constituição brasileira proíbe essa alternativa. Isso não deveria ser problema para o petista Tarso Genro, já que seu partido se negou a assinar a promulgação da Constituição Brasileira, em outubro de 1988. À época dos fatos denunciados agora pela Justiça iltaliana, Tarso Fernando Herz Genro era dirigente do grupúsculo clandestino PRC (Partido Revolucionário Comunista), o qual tinha pretensões de partir para a luta armada.

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