quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Satélite brasileiro vai monitorar áreas de países africanos

Unidos em torno do CBERS-2B, satélite de observação da Terra, o Brasil e a China lançaram nesta quarta-feira as bases de uma ofensiva geopolítica que visa fornecer, de graça, imagens obtidas por câmeras orbitais para países em desenvolvimento. O anúncio do projeto será feito na Cidade do Cabo, África do Sul, durante o encontro anual do GEO (Grupo de Observações da Terra). O país será o primeiro, depois de China e Brasil, a receber as informações do satélite. A partir de janeiro, quatro estações localizadas a norte, sul, leste e oeste da África terão capacidade de monitorar 90% do continente. O programa CBERS (Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres) é hoje fundamental para o Brasil acompanhar o desmatamento amazônico e para a China fazer seu planejamento territorial. Em sua órbita ao redor da Terra, no entanto, o satélite faz imagens de vários outros países, mas até então elas eram processadas somente em três postos na China e em um no Brasil, em Cuiabá. Como as informações sobre todo o resto do mundo já estavam sendo produzidas, a idéia foi criar estações para recebê-las em outros seis locais, de modo que outros países também pudessem monitorar a ocorrência de desastres naturais, desmatamento e secas. Além das quatro estações africanas, devem entrar em funcionamento ao longo do próximo ano outros dois postos de análise de imagens: em Boa Vista (RR), para captar dados do Caribe, e provavelmente na Austrália, para monitorar o Sudeste Asiático. O objetivo a longo prazo, segundo Gilberto Câmara, diretor do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), é cobrir toda a região tropical do planeta. Segundo o diretor do instituto, o custo para colocar as estações ao redor da África em funcionamento deverá ser algo em torno de R$ 500 mil, retirados do orçamento do Inpe. Inicialmente foi previsto um gasto de R$ 10 milhões por ano, mas o valor caiu porque estão sendo aproveitadas estações que já eram usadas com o satélite norte-americano Landsat 5, em vias de ser desativado.

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