terça-feira, 30 de outubro de 2007

Quando um programa de televisão serve a interesses não explicitados aos telespectadores (2)

Na noite desta segunda-feira, o programa Conversas Cruzadas foi montado para debater o problema do pagamento das diferenças da URV (resultante da passagem da moeda brasileira para o pleno vigor apenas da moeda real) para diferentes categorias do funcionalismo gaúcho. O ponto de partida para a adoção deste tema foi matéria produzida no jornal O Estado de S. Paulo pelo jornalista gaúcho Sérgio Gobetti, lotado na sucursal de Brasília do jornal paulista. Nessa matéria, Sérgio Gobetti demonstra como há uma sangria nas contas do Estado por conta desses pagamentos, que promovem um aumento inercial incontrolável dos gastos com pessoal, extrapolado ainda por gastos muito maiores produzidos pelos Poderes Legislativo e Judiciário. Sérgio Gobetti é um jornalista, atestado por quem o conhece, de notórias simpatias com o PT. O restante da bancada composta para essa edição do programa Conversas Cruzadas foi totalmente petista. Lá estava o advogado Ricardo Giuliani, ex-sub-chefe da Casa Civil do Palácio Piratini durante o governo petista de Olívio Dutra. E a bancada era completada com a presença do auditor de finanças Mateus Bandeira, da Secretaria da Fazenda do Estado do Rio Grande do Sul. Mateus Bandeira é um notório petista, que trabalhou nos últimos oito anos no Congresso Nacional, cedido pelo governo gaúcho a pedido do PT, tendo desenvolvido sua assessoria na Coordenação da Bancada do PT na Câmara dos Deputados e, nos últimos anos, no gabinete do senador petista Aloizio Mercadante (São Paulo). Por qual razão um notório petista é convidado, convocado, por um governo do PSDB, para ser o chefe do cofre do Estado? Pois Mateus Bandeira é a figura chave mais importante da Secretaria da Fazenda, já que, como Diretor da Despesa, ele exerce a função de chefe do Tesouro Estadual. Ele está sentado em cima do cofre, ele diz: isto se paga, isto não se paga, isto se pode pagar agora, etc.... A matéria de Sérgio Gobetti, competente e sobre um assunto que merece ser discutido, se insere em um quadro de esforço da administração estadual para demonstrar que outros poderes estão gastando muito, e não tendo responsabilidade quanto ao gasto.

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