sábado, 15 de setembro de 2007
Controladoria Geral da União exige que Igreja Renascer devolva R$ 1,9 milhão
A Controladoria Geral da União recomendou ao Ministério da Educação que exija a devolução de R$ 1,9 milhão entregue à Fundação Renascer, entre 2004 e 2005, para programas de alfabetização de jovens e adultos e de capacitação de voluntários para o ensino. Fiscais da Controladoria Geral da União informaram que, por três vezes, tentaram obter os relatórios que comprovariam a aplicação dos recursos, o que foi negado pela entidade. A fundação é a personalidade jurídica da Igreja Renascer, fundada pelos bispos Sonia e Estevam Hernandes, que estão presos nos Estados Unidos por contrabando de dinheiro. No mês passado, a Controladoria Geral da União encaminhou o relatório ao FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação), órgão do Ministério da Educação responsável pela liberação dos recursos, e recomendou o resgate dos valores pagos à entidade por dois convênios do programa federal Brasil Alfabetizado. Na semana passada, em mais uma tentativa para receber os documentos, o FNDE encaminhou novo pedido à fundação. O órgão quer os relatórios fiscais e as listas de alfabetizadores e de alunos para análise. À época dos repasses, a Renascer informou que, pelo primeiro convênio, de R$ 1,1 milhão, e que vigorou de dezembro de 2003 a julho de 2004, contratou 300 alfabetizadores e ensinou 14.686 jovens. Disse que, no segundo convênio, de R$ 785 mil e que funcionou de outubro de 2004 a setembro de 2005, 251 professores educaram 8.016 jovens. O informe ao Ministério da Educação foi apenas numérico. Segundo o auditor-chefe do FNDE, Gil Loja, se a Fundação Renascer enviar as listas com os nomes de todos os voluntários e alfabetizados, será feita uma auditoria para saber se os dois convênios foram aplicados corretamente. Esse foi um convênio das Arábias. Cada professor, conforme a Fundação Renascer, custou R$ 3.666,00 para alfabetizar 14.686 jovens. Deve o mais alto salário jamais pago para alfabetizadores no País. Cada aluno custou R$ 75,00 para ser alfabetizado. Após uma seleção aleatória de nomes, fiscais do órgão entrarão em contato com as pessoas para saber se participaram do programa. Uma testemunha, que trabalhou no setor financeiro da Igreja Renascer, diz que quase todo o programa foi falsificado dentro da igreja. Ora, a Controladoria Geral da União e o Tribunal de Contas da União deveriam auditar intensivamente os contratos feitos com os sindicatos e fundações ligadas a eles, como o Instituto Dante Pellacani. Verificarão, com certeza, que o volume de fraude é gigantesco. Pelos valores gastos, o Brasill já não deveria ter sequer um analfabeto.
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