domingo, 2 de setembro de 2007

Brasil desperdiça energia equivalente a meia Itaipu por ano no lixo

O Brasil produz mais de 160 mil toneladas de lixo por dia e o destino de 60% de volume ainda são lixões, aterros irregulares, leito de rio ou queima a céu aberto. O restante vai para aterro sanitário controlado, mas com risco de poluir os recursos hídricos (lençol freático, em aterros feitos sem EIA-Rima, como o que está sendo construído à beira da rodovia federal Tabaí-Canoas (na foto), no município de Nova Santa Rita, na Grande Porto Alegre, no Rio Grande do Sul). Quase nada do lixo brasileira se transforma em energia, ao contrário de outros países, que processam 130 milhões de toneladas de lixo, gerando energia elétrica e térmica em 650 instalações. Somente a União Européia extrai 8.800 MW de 50,2 milhões de toneladas por ano em 301 usinas. O presidente da Usina Verde, Henrique Saraiva, afirma que antes de ser uma geradora de energia, uma unidade que processa o lixo traz grandes benefícios para o meio ambiente, ao evitar ou reduzir a poluição do ar, do solo e da água, além de produzir sais minerais e ampliar a reciclagem de vidros, metais e outros materiais não combustíveis. Sua empresa desenvolveu um projeto piloto para 30 toneladas de lixo por dia na Ilha do Fundão, no Rio de Janeiro, que libera por sua chaminé apenas vapor de água. Mas os módulos comerciais ideais são de 150 toneladas/dia de lixo, que geram 2,6 MW de energia elétrica, suficientes para atender o consumo de uma comunidade de 180 mil pessoas. A tecnologia nacional, segundo Saraiva, tem custo 50% inferior às adotadas nos países desenvolvidos.

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