quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Adeus, Pavarotti – morre um dos grandes quatro tenores

O tenor Luciano Pavarotti (1935 – 2007) morreu no começo da manhã desta quinta-feira, em Roma, aos 71 anos, em decorrência de um câncer no pâncreas. Pavarotti, com sua poderosa voz, conseguiu espalhar a fama pelo mundo como não acontecia desde Enrico Caruso (1873 – 1921). Ele ligou também o canto lírico à música popular. Luciano Pavarotti lutava há mais de um ano contra o câncer. Ainda em 2006 enfrentou uma cirurgia para a retirada do tumor. Em agosto último, piorou e foi novamente internado por duas semanas, após as quais recebeu alta e se recuperava em casa. Pavarotti nasceu em uma família pobre, filho único de um padeiro e tenor, em Modena, no norte da Itália, em 12 de outubro de 1935. Quando criança, sua primeira paixão foi o futebol – chegou, inclusive, a fazer parte do time local. O amor pela música veio em seguida, estimulado pelos discos de Enrico Caruso, Giovanni Martinelli e Beniamino Gigli. Após as primeiras experiências no coro de sua cidade, Pavarotti estreou como cantor no começo dos anos 1960, no papel de Rodolfo, na ópera La Bohème, de Puccini, no Teatro Municipal de Reggio Emilia. Sua carreira como intérprete ganhou impulso ao contracenar com a diva Joan Sutherland em montagens de Donizetti e Bellini, regidas pelo marido da cantora, Richard Bonynge. O repertório incluía interpretações como o Duque de Mântua, em Rigoletto, Nemorino, em O Elixir do Amor, e Edgardo em Lucia di Lammermoor. A partir da década de 1990, ao lado dos espanhóis Plácido Domingo e José Carreras, o nome de Pavarotti obteve alcance mundial, levando-o a colaborar e a cantar não apenas números consagrados do repertório lírico, mas canções pop em apoio a causas humanitárias. Uma das mais conhecidas é Miss Sarajevo, gravada em parceria com o vocalista do U2, Bono Vox, e produzida por Brian Eno. A faixa integrou um disco-projeto para a reconstrução da Bósnia pós-guerra nos Bálcãs. Bryan Adams , Andrea Bocelli, Céline Dion, Nancy Gustafson e o brasileiro Roberto Carlos são outros nomes da música popular com quem Pavarotti gravou ou se apresentou ao longo das últimas duas décadas. Apaixonado pelos cavalos puro-sangue, por massas e bons vinhos, Pavarotti se tornou um mito, para desagrado dos críticos de música erudita, que o acusavam de fazer um “fast-food lírico”. Pai de quatro filhas e já avô, o tenor havia se casado pela segunda vez em dezembro de 2003, com sua ex-secretária Nicoletta Mantovani, 30 anos mais jovem.

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