Reportagem de VEJA desta semana, com data de capa de 04 de fevereiro/2017, revela o conteúdo do relatório da Polícia Federal sobre a perícia nos telefones dos investigados na Operação Custo Brasil, um dos desdobramentos da Operação Lava Jato. No celular do ex-ministro da Previdência, o petista Carlos Gabas (aquele que levava a petista Dilma Rousseff para passeios de moto em Brasília), os investigadores encontraram mensagens que mostram as relações entre ele, o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, e participantes do esquema de corrupção que desviou mais de 100 milhões de reais do Ministério do Planejamento. Com base nessas informações levantadas pela Polícia Federal, procuradores de São Paulo sugeriram o afastamento de Toffoli do caso no STF. A questão foi remetida ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, a quem cabe decidir se segue ou não o entendimento dos colegas paulistas. Não é a primeira vez que o ministro aparece enredado em histórias nas quais seu caminho se cruza com o de amigos investigados. Em maio de 2015, VEJA revelou o teor de um relatório da Polícia Federal sobre mensagens encontradas nos telefones de Léo Pinheiro, ex-presidente da construtora OAS, e um dos artífices do Petrolão do PT. Amigos, o ministro e o empreiteiro trocavam presentes — e favores. Diz Veja: “Era um encontro de trabalho como muitos que acontecem em Brasília. O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, e o empreiteiro José Aldemário Pinheiro Filho, conhecido como Léo Pinheiro, então presidente da construtora OAS, já se conheciam, mas não eram amigos nem tinham intimidade. No meio da conversa, o ministro falou sobre um tema que lhe causava dor de cabeça. Sua casa, localizada num bairro nobre de Brasília, apresentava infiltrações e problemas na estrutura de alvenaria. De temperamento afável e voluntarioso, o empreiteiro não hesitou. Dias depois, mandou uma equipe de engenheiros da OAS até a residência de Toffoli para fazer uma vistoria. Os técnicos constataram as avarias, relataram a Léo Pinheiro que havia falhas na impermeabilização da cobertura e sugeriram a solução. É um serviço complicado e, em geral, de custo salgado. O empreiteiro indicou uma empresa especializada para executar o trabalho. Terminada a obra, os engenheiros da OAS fizeram uma nova vistoria para se certificarem de que tudo estava de acordo. Estava. O ministro não teria mais problemas com as infiltrações — mas só com as infiltrações. A revista Veja, por duas oportunidades trouxe ao conhecimento público que o ministro Dias Tóffoli não detém, a seu favor, o princípio da dúvida quanto ao “ilibado e necessário requisito comportamental para integrar a Corte Constitucional do Brasil. Primeiro, foi a delação de Léo Pinheiro, dirigente da OAS, “abandonada e recusada” por ordem do Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, que para salvar “a pele” de Dias Tóffoli. A reforma da casa do ministro não foi fato único para deslustrar a trajetória de Dias Tóffoli no STF.
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