O parágrafo único do art. 1º da Constituição Brasileira estabelece: "Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição". Portanto, o voto dos cidadãos é a fonte de todo o poder, é sagrado, é secreto, é inviolável e deve ser respeitado sob todas as outras coisas. Assim, a violação do voto soberano do cidadão é o maior dos crimes que podem ser praticados na sociedade. É mais criminoso do que o crime de traição à Pátria. Mas, muitos políticos, que dependem do voto para alcançar o privilégio de representar o povo, violam este princípio na maior caradura.
Na eleição de outubro, no Rio Grande do Sul, pelo menos dois municípios tiveram episódios explícitos de compra de voto, o que representa a maior profanação do direito existente no País. Um dos casos aconteceu em Arroio do Sal, balneário do litoral norte do Rio Grande do Sul.
O outro aconteceu em Canoas, na Grande Porto Alegre. Nos dois casos, houve um comportamento primário dos candidatos, Eles compraram votos pagando por meio de seus próprios PIX. Ou seja, deixaram a marca registrada da realização do crime. Em ambos os casos, o que motivou os crimes, além da ambição de poder político, foi a ambição de poder econômico. Em Arroio do Sal a motivação foi a futura construção do porto marítimo, que tem na sua liderança um velho político comunista, Raul Kroeff Machado Carrion.
Se o projeto se consolidar, representará um investimento de grandes proporções, com desdobramentos incríveis. Por exemplo, o aeroporto de Torres já está recebendo instrumentos ILS (Instrument Landing System) para facilitar pousos de aeronaves maiores. Há projeções de construção de um ramal rodoviário ligando Arroio do Sal diretamente à BR 101 e à Estrada do Sul, com a construção de uma ponte sobre a Lagoa Itapeva. Tem um bocado de gente importante, de projeção, envolvida na consecução desse projeto, incluindo grandes grupos financeiros.
Assim é fácil de entender a cobiça para prefeitura de Arroio do Sal. A mesma coisa acontece em Canoas, cidade colada a Porto Alegre, que representa a terceira maior arrecadação do Estado. Apesar de ter tido uma metade arrasada pela enchente, mas justamente por isso, Canoas enche de cobiça os olhos de políticos ansiosos por ganhar muito dinheiro com a reconstrução e desenvolvimento da cidade.
Todo mundo já viu, na divulgação do video da delação premiada da Gamp, que o então prefeito Luiz Carlos Busatto, hoje deputado federal, ganhava 800 mil reais por mês da empresa contratada na área da saúde. Imagine o que não dariam de comissão todos os outros órgãos da prefeitura. Tal cobiça cega os políticos a ponto de eles emitirem PIXs em suas próprias contas para o pagamento da compra de votos, prostituindo assim totalmente o sistema democrático,
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