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sexta-feira, 22 de novembro de 2024

Clubes militares reagem ao "esforço coordenado" para comprometer imagem das Forças Armadas


Os Clubes Naval, Militar e da Aeronáutica divulgaram uma nota em que criticam o que dizem ser um “esforço concentrado” para depreciar as Forças Armadas. O texto “Entre Crises e Narrativas: A Defesa dos Valores Militares” foi publicado nas páginas oficiais dos três clubes com datas de quinta (21) e sexta-feira (22). O comunicado da Comissão de Interclubes Militares afirma que há “sensacionalismo” em torno da prisão de militares acusados de tramar a execução do ex-presidiário Lula (PT), do vice Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, e diz que joga sobre as Forças Armadas uma “sombra que não lhes pertence”. Os clubes militares são associações que reúnem militares da reserva. Esses clubes falam pelos militares da ativa, que são proibidos de se manifestar sobre qualquer assunto. Na verdade, eles não precisariam dizer que está havendo uma ação coordenada de desmoralização das Forças Armadas, porque as Forças Armadas se desmoralizaram por completo quando traíram miseravelmente os manifestantes que estavam protestando pacificamente junto às portas dos quartéis. E tudo isso aconteceu sob o comando de generais desqualificados que buscavam apenas manter privilégios e fazer carreira, o famoso carreirismo. Agora se apresenta a conta.

“O sensacionalismo em torno da prisão dos acusados, aliado à divulgação seletiva de informações e às declarações precipitadas de autoridades que deveriam agir com discrição, lança sobre as Forças Armadas uma sombra que não lhe pertence”, cita a nota. Os generais de pijama mostram seu incômodo gerado pela traição de seus colegas da ativa.

O texto cita a “gravidade” da Operação da Polícia Federal que mirou o general da reserva e três tenentes-coronéis da ativa – todos das Forças Especiais, os chamados “Kids Pretos” – e pede que “haja uma investigação ágil, imparcial e rigorosa dos fatos”. “É imperativo, também, o indispensável repúdio imediato e veemente às palavras e às atitudes dos acusados. Se confirmadas, são incompatíveis com os valores que norteiam os integrantes das Forças Armadas. Tais condutas afrontam princípios fundamentais como honra, lealdade e disciplina. Não são dignas de quem fez o solene juramento de defender a soberania nacional, a Constituição e, em última instância, morrer pelo Brasil”, cita o texto.

A nota é assinada pelos presidente do Clube Naval, almirante de esquadra José Afonso Prado Maia de Faria; do Clube Militar, general Sérgio Tavares Carneiro, e do Clube da Aeronáutica, major brigadeiro do ar Marco Antonio Carballo Perez. Na declaração, os militares da reserva citam a “crise profunda” pela qual passa o País que “impacta suas Forças Armadas, frequentemente arrastadas para o centro de disputas políticas em escalada”. Atribuem a situação a uma “falta de patriotismo, sensibilidade e responsabilidade por parte de lideranças políticas e autoridades constituídas”. “É válido questionar, em meio a esse cenário, se determinadas ações não visam, de forma insidiosa, enfraquecer a democracia, minar seus valores essenciais e restringir as liberdades individuais que sustentam a ordem social”, pontua.

“Parece que há um esforço deliberado e coordenado para comprometer a imagem das Forças Armadas junto à população. Por meio de abordagens distorcidas, são disseminadas narrativas que vilipendiam, injustamente, uma instituição que tem historicamente demonstrado compromisso com a estabilidade e a integridade do País. Concomitantemente, essas ações desviam o foco das responsabilidades daqueles que, em tese, deveriam dedicar-se a buscar soluções concretas para promover melhorias reais na vida do povo brasileiro”, cita o texto. Ao fim da mensagem, os clubes militares pedem por uma “pacificação nacional e o respeito às Forças Armadas”. “Em tempos difíceis, alertam que a democracia e a estabilidade exigem vigilância constante e engajamento coletivo”, cita.

Leia a nota na íntegra:

“Entre Crises e Narrativas: A Defesa dos Valores Militares”
Rio de Janeiro, 22 de novembro de 2024

Em meio aos recentes acontecimentos que abalaram o País, nesta simbólica data de 19 de novembro, Dia da Bandeira — tão significativa para os brasileiros —, os noticiários destacaram a prisão de um oficial-general e quatro oficiais superiores do Exército. Eles são investigados por uma suposta tentativa de atentado contra o Presidente da República, o Vice-presidente e um ministro do Supremo Tribunal Federal. Dada a gravidade do caso, espera-se que haja uma investigação ágil, imparcial e rigorosa dos fatos.

É imperativo, também, o indispensável repúdio imediato e veemente às palavras e às atitudes dos acusados. Se confirmadas, são incompatíveis com os valores que norteiam os integrantes das Forças Armadas. Tais condutas afrontam princípios fundamentais como honra, lealdade e disciplina. Não são dignas de quem fez o solene juramento de defender a soberania nacional, a Constituição e, em última instância, morrer pelo Brasil.

O País atravessa uma crise profunda, que também impacta suas Forças Armadas, frequentemente arrastadas para o centro de disputas políticas em escalada. Essa situação decorre da falta de patriotismo, sensibilidade e responsabilidade por parte de lideranças políticas e autoridades constituídas. É válido questionar, em meio a esse cenário, se determinadas ações não visam, de forma insidiosa, enfraquecer a democracia, minar seus valores essenciais e restringir as liberdades individuais que sustentam a ordem social.

Por outro lado, é inquietante observar a escolha de datas emblemáticas para divulgar informações que comprometem a imagem das Forças Armadas, buscando associar a instituição a atos isolados. Um exemplo significativo ocorreu em 19 de abril do ano passado, Dia do Exército Brasileiro, quando o Presidente da República participou da cerimônia comemorativa no Quartel-General do Exército. Ao cobrir o evento, parcela da mídia noticiou, também, a prisão de um oficial superior, que poderia ter sido realizada em qualquer outra data.

Parece que há um esforço deliberado e coordenado para comprometer a imagem das Forças Armadas junto à população. Por meio de abordagens distorcidas, são disseminadas narrativas que vilipendiam, injustamente, uma instituição que tem historicamente demonstrado compromisso com a estabilidade e a integridade do país. Concomitantemente, essas ações desviam o foco das responsabilidades daqueles que, em tese, deveriam dedicar-se a buscar soluções concretas para promover melhorias reais na vida do povo brasileiro.

O sensacionalismo em torno da prisão dos acusados, aliado à divulgação seletiva de informações e às declarações precipitadas de autoridades que deveriam agir com discrição, lança sobre as Forças Armadas uma sombra que não lhe pertence.

Diante disso, o Clube Naval, o Clube Militar e o Clube de Aeronáutica reafirmam sua dedicação aos princípios que orientam as Forças Armadas: o serviço à Nação e à defesa da paz e do bem comum. Convocam os brasileiros a se unirem em torno desses valores e exortam lideranças legítimas a promoverem a pacificação nacional e o respeito às Forças Armadas. Em tempos difíceis, alertam que a democracia e a estabilidade exigem vigilância constante e engajamento coletivo.

A honra e os valores das Forças Armadas permanecem acima de condenáveis ações isoladas ou narrativas oportunistas, simbolizando sua lealdade inabalável à Nação!

José Afonso Prado Maia de Faria – almirante de esquadra e presidente do Clube Naval,
Sérgio Tavares Carneiro, general de brigada e presidente do Clube Militar,
Marco Antonio Carballo Perez – major brigadeiro do ar e presidente do Clube da Aeronáutica.

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