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terça-feira, 5 de novembro de 2024

Banco Central da Argentina começou a semana comprando dólares e reservas ultrapassaram US$ 30 bilhões

A entidade monetária da Argentina comprou nesta segunda-feira 30 milhões de dólares e registra um saldo a favor de 82 milhões de dólares para a sua intervenção no início de novembro. O ativo bruto do Banco Central atingiu o nível mais alto desde abril. O valor transacionado no mercado grossista caiu esta segunda-feira em cerca de 74 milhões de dólares ou 21,1 milhões face a sexta-feira, para 276,5 milhões de dólares no segmento a pronto. 

O Banco Central da Argentina, que não vende divisas no mercado desde finais de setembro, absorveu 30 milhões de dólares no dia, para somar 82 milhões de dólares em duas rondas de novembro. Por outro lado, as reservas internacionais brutas do BCRA cresceram 327 milhões de dólares, para 30.127 milhões de dólares, o maior stock desde 26 de abril, com a reentrada das próprias moedas dos bancos - tinham saído da contabilização da posição global líquida em moeda estrangeira na última rodada de outubro - e também de dólares de lavagem de dinheiro que são incorporados às reservas que o Banco Central da Argentina toma como reservas. 

Desde que o libertário Javier Milei assumiu a Presidência, as compras líquidas efetuadas pelo Banco Central no mercado à vista ascendem a cerca de 19.383 bilhões de dólares. Da mesma forma, as reservas brutas marcam um aumento de 8.919 bilhões ou 42,1%, face aos 21.208 bilhões de dólares a 7 de dezembro de 2023. Na sexta-feira, o governo publicou os dados de branqueamento de capitais e arrecadação, que mostram os resultados excepcionais do branqueamento fiscal. 

A mídia local havia antecipado alguns dados, agora oficializados pela ARCA (Agência de Arrecadação e Controle Aduaneiro). Até 31 de outubro, tinham sido declarados localmente 19 bilhões de dólares, dos quais mais de 4 bilhões de dólares já tinham sido retirados. Fora do dinheiro local, apenas foram reportados 1,9 bilhões de dólares, maioritariamente imobiliário local, significativamente inferior ao valor sugerido pela comunicação social na semana passada. 

O número total de contribuintes foi de 104.390, sugerindo que os depósitos médios foram de USD 182.000. Com US$ 100.000 disponíveis gratuitamente, mais da metade dos depósitos não seriam retidos. Além disso, foram declaradas 11.233 propriedades, sendo 10.817 na Argentina e 416 no exterior. No total, foram registradas 4.903 contas no exterior, nos Estados Unidos, Uruguai, Espanha, Suíça e outros países. 

Nesta fase da lavagem, foram recebidos 263 mil milhões de dólares em impostos especiais de consumo. “Existem diferentes versões das ações. Se a situação fosse uma diferença muito grande entre o dólar livre e o dólar oficial, mudaria uma lacuna muito grande e haveria restrições à importação, ou seja, você só pode importar se tiver autorização, como de certa forma aconteceu em 2023, é uma versão muito mais agressiva das ações para o normal funcionamento da economia. Hoje, os stocks continuam a existir e a dificultar questões relevantes da economia, mas os seus efeitos distorsivos são menos perceptíveis, porque temos um hiato cambial inferior a 20% e porque de certa forma o fenómeno das importações foi regularizado e normalizado. Em todo o caso, a médio e longo prazo é claro que precisa de funcionar de forma diferente e hoje temos uma espécie de sistema de regime transitório”, declarou Jorge Vasconcelos, Economista-Chefe do IERAL da Fundação Mediterrânica. 

“Os investidores continuam entusiasmados com os progressos que continuam a ser alcançados dentro da estratégia de planejamento 'macro', incluindo o processo de desinflação que continua a se intensificar e é por isso que o BCRA decidiu reduzir novamente a taxa em busca de continuar contribuindo para o redução do valor nominal da economia”, contribuiu o economista Gustavo Ber.

Na sexta-feira passada, o BCRA decidiu reduzir a taxa de política monetária de 40% para 35% ao ano. Além disso, ele reduziu a taxa de aprovação ativa de 45% para 40%. O ente público fundamentou a decisão considerando o contexto de liquidez, a queda observada nas expectativas de inflação tanto na Pesquisa de Expectativas de Mercado (REM) como nos níveis implícitos no mercado secundário de valores mobiliários, e na consolidação do equilíbrio fiscal.

“O Banco Central cortou as taxas em 500 pontos base, em parte devido à redução da inflação, mas também argumentando que as condições de liquidez o permitiram. O impacto sobre a inflação dependerá do comportamento de licitação do Tesouro, embora acreditemos que a consolidação fiscal seja o principal impulsionador da inflação mais baixa, com as taxas afetando as decisões de carteira na margem. Acreditamos que o crawling peg poderá ser reduzido após a publicação dos dados de inflação no dia 12, próximo passo para continuar reduzindo a dinâmica inflacionária, uma vez que o governo parece confortável com o nível atual da taxa de câmbio real”, afirmou Max Capital.


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