terça-feira, 27 de agosto de 2024

Zuckerberger confessa que censurou a pedido do governo Biden e Kamala Harris, violando primeira emenda da constituição americana



Além das questões sobre a COVID-19, Zuckerberg também abordou a polêmica em torno do laptop de Hunter Biden. Em outubro de 2020, pouco antes das eleições presidenciais, o New York Post publicou uma reportagem alegando corrupção envolvendo a família Biden, baseada em informações contidas no laptop de Hunter. Segundo Zuckerberg, na época, o FBI havia alertado a Meta sobre “uma potencial operação de desinformação russa” relacionada à família Biden e à Burisma, empresa de energia ucraniana com a qual Hunter tinha vínculos.
Em resposta a essas advertências, a Meta optou por rebaixar temporariamente a distribuição da reportagem enquanto aguardava a verificação dos fatos: “Naquele outono, quando vimos uma matéria do New York Post relatando alegações de corrupção envolvendo a família do então candidato presidencial democrata Joe Biden, enviamos a matéria para verificadores de fatos para revisão e a rebaixamos temporariamente enquanto esperávamos por uma resposta”, escreveu Zuckerberg. Mais tarde, a reportagem do Post se mostrou verdadeira, e Zuckerberg reconheceu o erro. De acordo com o CEO da Meta, “desde então, ficou claro que a reportagem não era desinformação russa e, em retrospecto, não deveríamos ter rebaixado a história”.

As revelações de Zuckerberg são parte de um cenário mais amplo de crescente preocupação com a censura e a influência das big techs em questões políticas e sociais. Não apenas a Meta, mas também outras plataformas como Twitter e Google, enfrentam escrutínio por suas políticas de moderação de conteúdo. A investigação liderada por Jim Jordan busca entender até que ponto o poder executivo colaborou com essas empresas para suprimir ou restringir certos tipos de discurso a pedido do governo. O fato pode ser interpretado sobretudo como uma violação da Primeira Emenda dos Estados Unidos.

Zuckerberg garantiu ao Comitê Judiciário que a Meta adotou medidas para evitar que episódios de censura como esses se repitam. De acordo com o CEO da Meta, “mudamos nossas políticas e processos para garantir que isso não aconteça novamente – por exemplo, não rebaixamos mais coisas temporariamente nos EUA enquanto esperamos por verificadores de fatos”, 
Além disso, Zuckerberg afirmou que não planeja investir mais US$ 400 milhões para ajudar a financiar eleições locais. Trata-se sobretudo de uma resposta às críticas sobre o impacto do financiamento privado em processos eleitorais. Segundo Zuckerberg, “meu objetivo é ser neutro e não desempenhar um papel de uma forma ou de outra — ou mesmo parecer estar desempenhando um papel. Então, não planejo fazer uma contribuição semelhante neste ciclo.”

As confissões de Zuckerberg sobre as pressões enfrentadas pela Meta são um lembrete das complexas interações entre governo e grandes plataformas de tecnologia. As tentativas de censura, mesmo que em nome de proteger o público de desinformação, levantam questões fundamentais sobre a liberdade de expressão. Além disso, também questionam a integridade das informações compartilhadas em plataformas digitais. Além disso, Zuckerberg revelou que a Casa Branca também solicitou censura de conteúdo sobre o caso do laptop de Hunter Biden. Essas revelações trouxeram à tona preocupações sobre o papel das grandes empresas de tecnologia na moderação de conteúdo e sua relação com o governo. Zuckerberg detalhou que, em 2021, altos funcionários do governo Biden e da Casa Branca exerceram pressão constante para que a Meta censurasse certos conteúdos sobre a COVID-19. Essa censura não se limitou a desinformação, mas também incluiu postagens humorísticas e satíricas. De acordo com Zuckerberg, “no final das contas, foi nossa decisão remover ou não o conteúdo, e somos donos de nossas decisões, incluindo as mudanças relacionadas à COVID-19 que fizemos em nossa aplicação na esteira dessa pressão”.Além disso, o CEO da META reconheceu que a pressão do governo estava equivocada. Posteriormente, ainda lamentou que a empresa não foi mais clara sobre essa interferência. Segundo Zuckerberg, “acredito que a pressão do governo estava errada, e lamento que não tenhamos sido mais francos sobre isso”. 

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