quarta-feira, 17 de abril de 2024

Canoas, a Baixada Fluminense gaúcha, crônica de uma história política já cantada


A casta política, que vive urubuzando em torno dos tesouros públicos, está em franca ebulição em Canoas, cidade colada a Porto Alegre, que tem a segunda maior arrecadação do Estado do Rio Grande do Sul. O prefeito Jairo Jorge, que retornou à condução da prefeitura, depois de três suspensões sucessivas de mandato (duas pela Justiça Estadual e uma pela Justiça Federal), por conta da operação policial Copa Franca, já é dado como certo reeleito na eleição do próximo novembro. Ele está em aliança com o deputado federal Luiz Carlos Busatto, que teria apresentado como condição para a aliança a colocação de seu filho na chapa como candidato a vice-prefeito. 

Por que Busatto não concorre a prefeito, cargo que já exerceu? Afinal, a eleição ocorre na metade de seu mandato na Câmara dos Deputados, em Brasília, e ele não perderia o mandato. Há um porém: como prefeito ele perderia o foro privilegiado no Supremo Tribunal Federal. Ocorre que políticos estão sempre pensando dois lances adiante no mínimo para não ficarem ao relento. Busatto e Jairo Jorge têm em comum o fato de carregarem sobre os ombros pesadas acusações. Mas, como não têm condenações transitadas em julgado, então continuam fichas limpas e podem concorrer. 

Então..... Jairo Jorge sairá como candidato a prefeito e já pode se considerar reeleito, porque o eleitorado canoense não toma jeito. Dentro de dois anos, Jairo Jorge sai da prefeitura e concorre a deputado federal. Uma vez eleito, seu processo na Justiça Federal, resultante do inquérito da Operação Copa Franca, repleto de provas, subirá para o Supremo Tribunal Federal, devido à prerrogativa de mandato que ele espera obter. E Luis Carlos Busatto, com o filho de prefeito, concorrerá a senador. Uma vez eleito, ele contará com mais oito anos de "imunidade", porque é tradicional que cortes brasileiras não julguem os processos de políticos durante o exercício dos mandatos deles. Os togados preferem mantê-los como reféns, garantia de que votarão sempre de acordo com a vontade das magistraturas. 

Ambos ficarão sob o abrigo da boa vontade dos togados da Suprema Corte. E os idiotas dos eleitores não fazem a menor idéia do que se passa bem debaixo de seus narizes. O caso de Luis Carlos Busatto envolve 106 milhões de reais, pela monumental fraude da Gamp na área da saúde produzida durante sua gestão na prefeitura de Canoas. E Jairo Jorge caminha para ter uma provável condenação também envolvendo muitos milhões de reais, bem como a sua mulher Thais Oliveira Pena. Ele se elegendo deputado federal dentro de dois anos, ela praticamente também ganhará uma "imunidade" por prerrogativa de osmose, e porque é prima do todo poderoso bandido petista mensaleiro José Dirceu, um tipo de grande ascendência sobre as cortes brasileiras.

Nenhum comentário:

Postar um comentário