terça-feira, 27 de setembro de 2022

IBGE aponta que IPCA-15 foi -0,37% em setembro, deflação novamente, preços continuam caindo

PeríodoTaxa
Setembro de 2022-0,37%
Agosto de 2022-0,73%
Setembro de 20211,14%
Acumulado do ano4,63%
Acumulado dos últimos 12 meses7,96%
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) de setembro foi de - 0,37%. Esta foi a segunda deflação consecutiva do IPCA-15. Em agosto, o índice ficou em - 0,73%. O IPCA-E, que é o IPCA-15 acumulado trimestralmente, foi -0,97%. No ano, o IPCA-15 acumula alta de 4,63% e, em 12 meses, de 7,96%, abaixo dos 9,60% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em setembro de 2021, a taxa foi de 1,14%. Apenas três dos nove grupos do IPCA-15 tiveram queda de preços: Transportes (-2,35%), Comunicação (-2,74%) e Alimentação e Bebidas (-0,47%).
GrupoVariação
Mensal (%)
Impacto (p.p.)Variação
Acumulada (%)
JulhoAgostoSetembroSetembroTrimestre12 meses
Índice Geral0,13-0,73-0,37-0,37-0,977,96
Alimentação e bebidas1,161,12-0,47-0,101,8112,73
Habitação-0,78-0,370,470,07-0,682,91
Artigos de residência0,390,080,240,010,7112,26
Vestuário1,390,761,660,073,8618,33
Transportes-1,08-5,24-2,35-0,49-8,475,62
Saúde e cuidados pessoais0,710,810,940,122,488,98
Despesas pessoais0,790,810,830,082,458,25
Educação0,070,610,120,010,807,22
Comunicação-0,05-0,30-2,74-0,14-3,08-0,12
Apesar da deflação no índice geral, os preços de somente três dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados recuaram em setembro. A maior influência veio dos Transportes (-2,35%), com impacto de -0,49 ponto percentual (p.p.) no mês. Além disso, houve recuo nos preços de Comunicação (-2,74%) e Alimentação e bebidas (-0,47%), com impactos de -0,14 p.p. e -0,10 p.p., respectivamente.

No lado das altas, a maior variação veio de Vestuário (1,66%), que acelerou em relação a agosto (0,76%). Destaca-se, ainda, o grupo Saúde e cuidados pessoais (0,94%), que teve a segunda maior variação e o maior impacto positivo (0,12 p.p.) no índice de setembro. Os demais grupos ficaram entre o 0,12% de Educação e o 0,83% de Despesas pessoais.

A queda nos Transportes deve-se ao recuo nos combustíveis (-9,47%). Etanol (-10,10%), gasolina (-9,78%), óleo diesel (-5,40%) e gás veicular (-0,30%) tiveram seus preços reduzidos. A gasolina teve o impacto negativo mais intenso (-0,52 p.p.) entre os 367 subitens pesquisados. Cabe ressaltar que houve redução no preço da gasolina vendida para as distribuidoras em R$ 0,18 por litro, em 16 de agosto, e R$ 0,25 por litro, em 2 de setembro.

Ainda em Transportes, houve queda também em ônibus urbano (-0,08%), devido à redução dos preços das passagens aos domingos em Salvador (-0,82%), desde 11 de setembro.

Entre as altas, destacam-se as passagens aéreas (8,20%), que voltaram a subir após caírem 12,22% em agosto. Seguem em alta, ainda, subitens importantes como seguro voluntário de veículo (1,74%), emplacamento e licença (1,71%) e conserto de automóvel (0,62%).

A queda mais intensa do IPCA-15 do mês veio do grupo Comunicação (-2,74%), influenciado pela redução nos planos de telefonia fixa (-6,58%) e de telefonia móvel (-1,36%) e também pelos pacotes de acesso à internet (-10,57%) e os combos de telefonia, internet e tv por assinatura (-2,72%). Além disso, houve queda nos preços dos aparelhos telefônicos (-0,99%). A Lei Complementar 194/22, sancionada no final de junho, fixou um limite para a alíquota máxima de ICMS sobre combustíveis, energia elétrica e comunicações.

Outro grupo com queda em setembro foi Alimentação e bebidas (-0,47%), puxado por alimentação no domicílio (-0,86%). Contribuíram para isso o óleo de soja (-6,50%), o tomate (-8,04%) e, principalmente, o leite longa vida (-12,01%). Apesar da queda em setembro, os preços do leite ainda acumulam alta de 58,19% no ano. As maiores contribuições positivas entre os alimentos para consumo no domicílio vieram da cebola (11,39%), do frango em pedaços (1,64%) e das frutas (1,33%).

A alimentação fora do domicílio passou de 0,80% em agosto para 0,59% em setembro. Enquanto o lanche (0,94%) teve variação próxima à do mês anterior (0,97%), a refeição desacelerou de 0,72% para 0,36%.

Entre os seis grupos em alta no mês, destaca-se Vestuário (1,66%). Os preços das roupas femininas (1,83%), masculinas (1,78%) e infantis (1,52%) voltaram a subir de forma mais intensa. Além disso, os calçados e acessórios (1,58%) também tiveram alta superior a 1%, e as joias e bijuterias (0,98%) tiveram variação positiva, depois de caírem 0,36% em agosto.

Em Saúde e cuidados pessoais (0,94%), os destaques foram os itens de higiene pessoal (1,28%) e os planos de saúde (1,13%). Além disso, os preços dos produtos farmacêuticos subiram 0,81% e contribuíram com 0,03 p.p. no IPCA-15 de setembro.

Após a queda de 0,37% em agosto, o grupo Habitação subiu 0,47% em setembro, puxado por gás de botijão (0,81%), aluguel residencial (0,72%) e energia elétrica (0,41%). Em Belém (10,52%), a tarifa por kWh foi reajustada em 14,74%, a partir de 7 de agosto.

Outro subitem com alta em setembro foi gás encanado (0,30%), em função dos reajustes em duas áreas: no Rio de Janeiro (0,13%), o reajuste de 0,20% passou a vigorar em 1º de agosto; em Curitiba (1,95%), houve reajuste de 2,26% nas tarifas residenciais a partir de 9 de agosto.
RegiãoPeso Regional (%)Variação
Mensal (%)
 Variação
Acumulada (%) 
JulhoAgostoSetembroTrimestre12 meses
Recife4,710,87-1,44-0,93-1,517,54
Goiânia4,96-0,98-1,12-0,76-2,836,54
Porto Alegre8,610,21-1,01-0,61-1,415,87
Fortaleza3,880,42-1,31-0,58-1,477,78
Brasília4,840,17-1,09-0,56-1,486,80
Belo Horizonte10,040,08-1,58-0,47-1,966,79
São Paulo33,450,35-0,11-0,44-0,208,67
Salvador7,190,28-0,82-0,17-0,719,72
Rio de Janeiro9,77-0,10-0,26-0,03-0,399,09
Curitiba8,09-0,31-1,230,03-1,518,39
Belém4,46-0,31-0,910,50-0,726,31
Brasil100,000,13-0,73-0,37-0,977,96
Nove das 11 áreas que integram o IPCA-15 tiveram quedas em setembro. A menor variação ocorreu em Recife (-0,93%), influenciada pela queda nos preços da gasolina (-13,85%). A maior variação foi em Belém (0,50%), puxada pela energia elétrica residencial (10,52%). Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados entre 13 de agosto e 14 de setembro de 2022 (referência) e comparados com aqueles vigentes de 14 de julho a 12 de agosto de 2022 (base). O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia. A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.

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