Em uma entrevista nesta quinta-feira, 8, depois de o Banco Central Europeu (BCE) anunciar o maior aumento da taxa de juros desde 1999, a presidente da instituição, Christine Lagarde, desenhou um cenário pessimista para 2023, caso se mantenha o corte total do gás russo para a Europa. “Num cenário pessimista, considerando a interrupção total do fornecimento de gás da Rússia, teremos recessão”, afirmou a executiva. O novo aumento da taxa de juros na Zona do Euro veio depois de a Rússia interromper completamente o suprimento de gás para a Europa pelo gasoduto Nord Stream 1 na semana passada. Em princípio, seria uma manutenção por três dias, mas na sexta-feira, 2, a estatal russa Gazprom informou que não retomará as entregas enquanto perdurarem as sanções ocidentais pela invasão da Ucrânia.
Na entrevista, ela também falou em novos e seguidos ajustes da taxa de juros até conseguir levar a inflação anual na Zona do Euro para a meta de 2%. Em agosto, a inflação bateu mais um recorde seguido e alcançou 9,1%. “Vamos determinar reunião por reunião o nível das próximas altas dependendo dos dados econômicos”, declarou a presidente do Banco Central.
Segundo ela, pelos dados disponíveis atualmente, os juros deverão ser elevados nas próximas duas a quatro reuniões. “Estamos indo em direção a taxa neutra mas não estamos lá ainda”, disse Christine, acrescentando que, por enquanto, o BCE não trabalha com a possibilidade de lançar mão de outros instrumentos para reduzir a inflação, mas apenas o aumento da taxa de juros.
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