A produção de etanol de milho do Brasil pode ficar pouco acima de 6 bilhões de litros em 2023. Caso seja confirmado, o volume representa o incremento de 80% sobre o resultado de 2022. Guilherme Nolasco, presidente da União Nacional do Etanol de Milho, divulgou a estimativa na segunda-feira 29. Em 2023, a safra do grão que dá origem ao combustível pode chegar a 125 milhões de toneladas, conforme estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento. Assim, a quantidade colhida ficaria cerca de 10% maior que no ciclo encerrado em 2022. “A gente pode produzir biocombustível incentivando o aumento da produção de grãos”, disse Nolasco. “Viramos parceiros do setor sucroenergético.”
De acordo com Glauber Silveira, diretor-executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), a produção do combustível à base do grão não atrapalha o suprimento alimentar feito pela cultura. “Não falta milho no Brasil”, garante Silveira. “Estamos produzindo mais do que consumimos.” Dados da Abramilho mostram que o Brasil figura entre os maiores exportadores do grão no planeta.
Na safra 2021/22, por exemplo, o Brasil ficou em segundo lugar no ranking de fornecimento global, com 43 milhões de toneladas de milho embarcadas. Nesse ciclo, a colheita brasileira do grão foi a terceira maior do mundo, abaixo apenas da China e dos Estados Unidos, país na primeira posição da listagem.
“Apenas 5% do milho produzido se destina ao consumo humano direto, sob a forma de farinhas, fubás, angu, mingaus, pamonha, canjica, cuscuz, polenta, cremes, bolos, pipoca ou simplesmente milho cozido e assado”, conforme escreve Evaristo de Miranda, ex-chefe da Embrapa Territorial: “Na indústria agroalimentar, ele entra na composição de biscoitos, pães, chocolates, doces, geleias, sorvetes, maioneses, uísques e cervejas. A cerveja brasileira contém 45% de milho, em vez de cevada". (Oeste)
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