quarta-feira, 3 de agosto de 2022

Estatal russa sinaliza que vai diminuir ainda mais a entrega de gás para a Europa

A estatal russa Gazprom, em nota divulgada nesta quarta-feira, 3, disse que as sanções aplicadas à Rússia fazem com que seja “impossível” o regresso de uma turbina, essencial ao funcionamento do gasoduto Nord Stream 1. Na terça-feira 2, foi divulgado que o equipamento está na Alemanha, depois de ter sido consertado no Canadá, pela fabricante Siemens. A turbina precisaria ser entregue à Rússia e instalada novamente no gasoduto, para que ele voltasse a produzir mais gás destinado à Europa. No entanto, na nota, a Gazprom disse que “os regimes de sanções impostos por Canadá, União Europeia e Estados Unidos bem como a discrepância entre a situação atual e as obrigações contratuais existentes da parte da Siemens fazem com que seja impossível a entrega da turbina”. O chanceler alemão, Olaf Scholz, disse que a turbina está pronta para ser entregue, mas a Rússia não quer recebê-la.

Nas últimas semanas, os países europeus têm dito que acreditam que Moscou está à procura de um pretexto para atrasar o regresso da turbina e reduzir ainda mais as entregas de gás, que se acentuaram nos últimos meses, o que fez nascer o receio de uma crise energética, principalmente no inverno, quando a demanda aumenta. 

A Gazprom diz que o equipamento, que foi devolvido à Alemanha depois de ter sido reparado no Canadá, é fundamental para garantir o bom funcionamento do oleoduto Nord Stream 1, que abastece a Europa. Mas parece, de fato, não querer aceitar a entrega. A Rússia reduziu o volume das suas entregas em junho e julho, dizendo que o gasoduto não poderia funcionar normalmente sem este equipamento.

O gasoduto Nord Stream 1 tem capacidade de produzir 167 milhões de metros cúbicos por dia, de acordo com dados da Gazprom, e liga a Rússia à Alemanha através do Mar Báltico. Esta infraestrutura é estratégica para o fornecimento de gás aos europeus, especialmente aos alemães. Nesta quarta-feira, Scholz disse que faz sentido manter as últimas usinas nucleares ativas.

Nenhum comentário: