A maior greve ferroviária do Reino Unido em 30 anos começou nesta terça-feira, 21. Os trabalhadores ferroviários iniciaram uma ação que pode refletir em outros setores da economia britânica nos próximos meses. Mais de 40 mil trabalhadores paralisaram as atividades nas principais estações ferroviárias do país. Uma greve isolada também fechou o metrô de Londres. Essas greves podem marcar o que o sindicato chama de “verão de descontentamento”, com os baixos salários diante da alta dos preços provocada pela inflação.
O secretário-geral dos Trabalhadores Ferroviários, Marítimos e de Transporte, Mick Lynch, avaliou que os danos econômicos podem ser evitados caso os trabalhadores consigam um acordo geral. Lynch pede melhoria nas condições de segurança e na qualidade de vida para a categoria. “O trabalhador britânico precisa de um aumento salarial”, disse ele. O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, afirmou que as paralisações estão prejudicando vários setores da economia, que ainda se recuperam da pandemia, e criticou os sindicatos por estimularem os movimentos.
“Ao seguir em frente com essas greves ferroviárias, eles estão afastando os passageiros, que, em última análise, apoiam os empregos dos trabalhadores ferroviários, ao mesmo tempo em que impactam empresas e comunidades em todo o país”, disse Johnson. A economia britânica inicialmente se recuperou fortemente da pandemia de covid-19, mas uma combinação de escassez de mão de obra, interrupção da cadeia de suprimentos, inflação e problemas comerciais pós-Brexit provocou alertas de recessão. O governo alegou que está dando apoio extra a milhões das famílias mais pobres, mas disse que aumentos salariais acima da inflação prejudicariam os fundamentos da economia. Em abril, o país registrou a maior inflação em 40 anos.
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