quarta-feira, 11 de maio de 2022

O ditador comunista Xi Jinping e a receita para o fracasso



O ditador comunista da China, Xi Jinping, esperava que 2022 fosse um ano tranquilo. A pandemia de coronavírus estaria controlada, e a economia do país voltaria a crescer em ritmo acelerado. Isso permitiria que o secretário-geral do Partido Comunista assumisse pela terceira vez, sem protestos, o cargo de chefe do Estado e das Forças Armadas. Mas deu tudo errado. 

Hoje, as perspectivas econômicas da China parecem mais pessimistas que aquelas do início do ano. O Fundo Monetário Internacional cortou a previsão de crescimento do país para 4,4%, enquanto os economistas consultados pelo The Wall Street Journal preveem um número abaixo de 4%. O capital está fugindo do país, com investidores estrangeiros despejando US$ 18 bilhões em títulos chineses e US$ 7 bilhões em ações somente em março.

Em primeiro lugar, a crise no setor imobiliário da China, que representa quase 30% do Produto Interno Bruto (PIB), provou ser pior que o esperado. Desde que a Evergrande anunciou que não conseguiria cumprir com suas obrigações fiscais, em setembro de 2021, pelo menos dez empresas deixaram de pagar suas dívidas em dólares. Isso assustou os investidores.

Segundo, a repressão de Xi ao setor de tecnologia da China ajudou a reduzir a capitalização de mercado das dez maiores empresas da área em mais de US$ 2 trilhões (apenas no ano passado). De lá para cá, essas empresas passaram a demitir milhares de funcionários.

Em terceiro lugar, a invasão da Ucrânia pela Rússia elevou os preços da energia e das commodities, o que provocou a interrupção das cadeias de suprimentos, já debilitadas em razão da pandemia. Essa é uma péssima notícia para o maior fabricante, exportador e consumidor de energia do mundo.

Quarto, há a insistência de Xi na política zero covid, que levou a bloqueios em massa na cidade de Xangai. O líder chinês declarou que essa estratégia venceu o vírus no ano passado, considerando-a superior à aplicada nos países ocidentais. Atualmente, cerca de 373 milhões de pessoas em 45 cidades estão sob algum tipo de bloqueio desde o fim de abril. Essas cidades representam cerca de 40% da produção econômica da China — mais de US$ 7 trilhões em PIB anual.

Esses quatro fatores são suficientes para fazer com que a meta de crescimento estipulada por Xi pareça irreal. Segundo o líder chinês, não atingir a meta seria politicamente desastroso. Em abril, durante encontro com funcionários do partido, Xi ressaltou que o crescimento econômico do país deveria ser superior ao dos Estados Unidos. Mas isso será difícil, visto que o motor do crescimento econômico nacional foi marginalizado pelo próprio presidente do país.

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