
Cerca de 4,8 milhões de empregos foram perdidos na Ucrânia desde o início da invasão russa ao país em fevereiro, quando o conflito fechou empresas, estrangulou as exportações e levou milhões de pessoas a fugir, informou nesta quarta-feira (11) a Organização Internacional do Trabalho (OIT).


As forças russas esmagaram as cidades ucranianas, em guerra que já matou milhares, forçando mais de 5 milhões de pessoas - principalmente mulheres, crianças e idosos - a fugir, e poderia fazer com que a economia da Ucrânia se contraísse em pelo menos um terço em 2022. "As perturbações econômicas, combinadas com o deslocamento interno pesado e os fluxos de refugiados, estão causando perdas em larga escala em termos de emprego e renda", afirma o levantamento. "A agressão russa na Ucrânia resultou em crise humanitária devastadora, desencadeando o mais rápido movimento populacional forçado desde a Segunda Guerra Mundial", acrescenta.
Países vizinhos, como Polônia e Romênia, absorveram a maior parte dos refugiados, e estima-se que 1,2 milhão deles trabalhavam antes da invasão. Segundo o estudo, um conflito prolongado colocará pressão sustentada nos mercados de trabalho e sistemas de bem-estar nesses países, provavelmente aumentando o desemprego. "Como um exercício hipotético, adicionar esses refugiados ao número de desempregados aumentaria a taxa de desemprego na Polônia de 3% para 5,3%".
A guerra também poderia ter efeito colateral nos países da Ásia Central, que dependem fortemente das remessas enviadas pelos imigrantes que trabalham na Rússia. Uma desaceleração econômica na Rússia, afetada pelas sanções ocidentais e pelos custos da guerra, poderia levar os trabalhadores imigrantes a perderem seus empregos e voltarem para casa, de acordo com o levantamento.
Globalmente, a guerra na Ucrânia está exacerbando o aumento dos preços de alimentos e energia, ameaçando o emprego e o crescimento dos salários reais, particularmente em países de baixa e média renda que ainda estão se recuperando da pandemia de covid-19.
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