sábado, 19 de março de 2022

Fatia do agronegócio no PIB do Brasil é a maior desde 2004

A fatia do agronegócio no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil atingiu 27,4% em 2021. É a maior participação desde 2004, quando a proporção ficou em 27,5%. O levantamento foi realizado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq/USP, em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil. Em 2020, a porcentagem ficou em 26,6. Ao longo do ano passado, o PIB do agro brasileiro cresceu pouco mais de 8%. No mesmo período, a economia do país expandiu cerca de 4%.

De acordo com os pesquisadores do Cepea, os destaques para a expansão da fatia do agro ficaram para os segmentos primários e de insumos que expandiram, respectivamente, quase 20% e pouco mais de 50%. O crescimento da agroindústria ficou próximo de 3%; e o dos agrosserviços, em quase 3%. 

O PIB agrícola avançou cerca de 15%. O resultado ocorreu pelo “alto patamar real dos preços, tendo em vista as expressivas quebras de produção para importantes culturas, devido ao clima desfavorável”, afirmou o Cepea em nota: “Ressalta-se que o avanço da renda nesse segmento não foi ainda maior por conta do também expressivo incremento dos custos de produção". Contudo, o PIB pecuário recuou 9%. Apesar da valorização dos animais, o desempenho foi afetado pelo “aumento expressivo dos custos com insumos”.

“Em 2021, o aumento do faturamento nas atividades pecuárias não se transformou em aumento do PIB, tendo em vista o avanço ainda mais expressivo do custo com insumos nessas atividades”, explicou o Cepea. “Ademais, a menor produção de boi gordo também influenciou negativamente o PIB pecuário. Na agroindústria, a relação entre faturamento e custos com insumos foi ainda mais desfavorável, diante das dificuldades de repasse das elevações das matérias-primas ao consumidor final devido a fragilização da demanda doméstica".

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