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terça-feira, 7 de maio de 2019

Delator da OAS diz que o bandido corrupto Lula fez pressão para beneficiar sua amante Rosemary


O ex-presidente da OAS, o empreiteiro corrupto e corruptor Léo Pinheiro disse em seu acordo de delação premiada que foi pressionado pelo bandido corruptor e lavador de dinheiro Lula para que a construtora baiana contratasse a empresa do marido de Rosemary Noronha, que foi assessora especial do petista, sua amante e trabalhou com ele durante décadas. Rosemary Noronha é próxima de Lula desde o fim dos anos 1980. Ela cuidava da conta bancária do petista quando ele era sindicalista e foi chamada por ele para assessorá-lo no PT e no governo federal. Em 2012, ela foi alvo da Operação Porto Seguro, que investigou um esquema de venda de pareceres de órgãos públicos a empresas privadas. Na ocasião, Rosemary era chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo. Léo Pinheiro afirmou em sua delação que, em 2012, o executivo Ricardo Flores, então presidente da Previ (fundo de pensão do Banco do Brasil), pediu para que a OAS contratasse a New Talent Construtora, empresa de João Vasconcelos, marido de Rosemary Noronha, para obras da Invepar, empresa controlada pela construtora baiana. A Previ era sócia da OAS na Invepar.  

O ex-presidente da OAS disse que repassou a orientação para Carlos Henrique Lemos, então superintendente da empreiteira em São Paulo. A New Talent Construtora foi contratada para as obras de duplicação da rodovia Raposo Tavares, feitas pela Cart (Concessionária Autoestrada Raposo Tavares). A Cart pertence à Invepar, que reúne os investimentos da OAS na área de transportes. Os serviços realmente foram prestados pela New Talent Construtora. Em 2014, segundo Léo Pinheiro, o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamoto, disse para ele que a New Talent havia tido prejuízo no contrato com a OAS e por isso pediu que a construtora desse nova oportunidade para a empresa do marido de Rosemary. Léo Pinheiro disse, em depoimento, que novamente conversou com o diretor Carlos Henrique Lemos para que a New Talent fosse mais uma vez contratada pela OAS. Mas a contratação demorou. O ex-presidente da OAS disse que, em outubro de 2014, em um encontro com Lula e Okamoto no Instituto Lula, ele foi pressionado pelo ex-presidente da República, que teria se mostrado profundamente irritado com a demora na contratação e disse para que esquecessem o pleito.

Carlos Henrique Lemos foi cobrado novamente por Léo Pinheiro, segundo a delação. Em 5 de novembro de 2014, o então presidente da OAS reuniu-se com Rosemary e João Vasconcelos e, antes do fim do ano, a New Talent assinou contratos com a companhia baiana para realizar obras em um empreendimento de revitalização da favela do Real Parque, na zona sul da capital paulista. A New Talent recebeu da OAS mais de R$ 1,8 milhão pelos contratos. Léo Pinheiro foi preso pela primeira vez em 14 de novembro de 2014, pela Lava Jato. Em abril de 2015, a Segunda Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) concedeu a ele prisão domiciliar. O ex-juiz Sergio Moro, no entanto, voltou determinar sua prisão em setembro de 2016, acusando-o de obstrução de Justiça. Em dezembro de 2018, Léo Pinheiro assinou acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República. O acordo espera a homologação do ministro Edson Fachin, responsável pelos processos da Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal).

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