segunda-feira, 11 de março de 2019

Roraima aciona termoelétricas para não ficar sem energia após apagão na Venezuela


O apagão que mantém a maior parte da Venezuela no escuro também afeta o Estado brasileiro de Roraima, que acionou ainda na quinta-feira suas cinco usinas termoelétricas para suprir a energia normalmente procedente do complexo hidrelétrico venezuelano de Guri e Macaguá, informou na sexta-feira, 8, a Roraima Energia. A primeira desconexão entre a Venezuela e Roraima foi registrada às 10h22 (11h22 em Brasília) de quinta-feira, seguida por outra às 16h53. Desde então, o Estado não conseguiu restabelecer o fornecimento com a estatal de energia do país vizinho, a Corpolec, e é atendido por seu parque termelétrico. Roraima é o único Estado brasileiro desconectado do sistema elétrico nacional. A metade de seu fornecimento de energia vem da usina hidrelétrica venezuelana de Guri, através de uma linha de transmissão inaugurada em 2001 pelos então presidentes Hugo Chávez e Fernando Henrique Cardoso. A Roraima Energia diz que suas cinco usinas termelétricas têm capacidade para atender 100% da demanda de eletricidade do Estado.

A conexão de Roraima à rede nacional de energia envolve a construção de linhas de transmissão passando por 125 km de território indígena Waimiri-Atroari, povo que foi um dos mais afetados nos anos 1960 e 1970 para a construção da rodovia Roraima-Manaus. Esse projeto, chamado de linha de Tucuruí, está paralisado há anos, aguardando licenças ambientais e consultas com moradores, exigidas pela Constituição. Em 2018, Roraima registrou 85 apagões, dos quais 72 foram causados por falhas na Venezuela, um número recorde, de acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica do Brasil.

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