A polícia avaliou em R$ 3,5 milhões as peças de fuzis encontradas pela Operação Lume. Para investigadores, a quantidade de peças indica que o policial reformado Ronnie Lessa é fornecedor de diversas facções criminosas do Rio de Janeiro. Lessa é acusado de ligação com milícias, mas o delegado Marcus Amin, da Desarme (Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos), diz que não há milícia no Rio de Janeiro com capacidade para comprar tantos fuzis. Ao todo, foram encontrados 117 fuzis incompletos - faltando o cano. Na maior apreensão de fuzis já feita no Rio de Janeiro, em 2017, foram encontradas 60 dentro de aquecedores para piscinas importados dos Estados Unidos. Nesse caso, porém, já estavam montados.
As peças atribuídas a Lessa foram encontradas em caixas de papelão na casa do amigo Alexandre Motta. Lessa e o ex-policial Elcio Queiroz são acusados de matar Marielle e o motorista Anderson Gomes. O advogado de Motta, Leonardo da Luz, diz que ele desconhecia o conteúdo das caixas. A defesa de Lessa nega que os fuzis sejam dele. De acordo com Amin, as peças não são originais, mas podem produzir fuzis com o mesmo poder letal. Foram produzidas sobre a plataforma do M-16, da canadense Colt, que já perdeu a patente. Em 59 delas, foi gravada a marca da Colt. Nas outras 58, da fabricante alemã HK, com o modelo M-27 e número de inscrição do USMC (US Marine Corps, o corpo de fuzileiros navais dos Estados Unidos), o que gerou debate sobre a possibilidade de desvio de armas das forças armadas norte-americanas. Amin diz que a gravação é superficial e descartou a possibilidade. A polícia não sabe ainda por que os canos não foram encontrados, se ainda não haviam sido comprados ou se estão escondidos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário