Com a decisão da Moody´s de rebaixar a avaliação de risco da Vale, o mercado está a espera do posicionamento da S&P, que pode ser determinante para a manutenção da empresa na carteira de muitos investidores, principalmente estrangeiros. A única manifestação da empresa sobre a mineradora ocorreu no dia 29 de janeiro, logo após a tragédia de Brumadinho, quando optou por manter o rating. Passado um mês, porém, a análise de quarta-feira, 27, da Moody´s mostra que foi justamente a manutenção das incertezas, principalmente na esfera jurídica, que fez com que a Moody´s mudasse o tom, o que analistas temem que aconteça com a S&P também. Relatório publicado pela área de crédito do Itaú BBA destaca que as preocupações com o impacto potencial das investigações sobre a mineradora estão mais explícitas na última análise da Moody´s. “Dada a aparente visão mais construtiva da Fitch, a manutenção do grau de investimento da Vale parece depender da decisão da S&P”, afirma. O relatório não chega a avaliar o risco potencial de um rebaixamento para a Vale. No Brasil, a maior parte dos analistas ainda aposta na capacidade da empresa de sustentar uma posição confortável no mercado de minério, apesar do acidente. As três agências são usadas, porém, como referência por muitos investidores institucionais, principalmente no exterior. A perda do grau de investimento por duas das três agências é usada como regra e faz parte do compliance de vários gestores, principalmente grandes fundos internacionais. Atualmente, a maior parte do capital da Vale já é negociada na forma de ADRs na bolsa de Nova York. As investigações são consideradas por analistas como cruciais para a definição dos rumos das ações de ressarcimento de investidores (class actions) que já foram abertas nos Estados Unidos e que ainda poderão ser abertas ao longo do próximo mês. Outro relatório, do Bradesco BBI, estima o custo potencial de uma class-action para a empresa em algo entre US$ 1 e 2 bilhões. O montante considera as perdas sofridas pelos acionistas em função da tragédia, que pode aumentar, se uma nova agência derrubar o rating.
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