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segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

Lava Jato tem operações "no forno" e está longe do fim, diz novo chefe da Polícia Federal no Paraná

Prestes a completar cinco anos, a Operação Lava Jato está "longe do fim", segundo o novo superintendente da Polícia Federal no Paraná, delegado Luciano Flores de Lima. Em cerimônia de posse nesta segunda-feira (4), o delegado afirmou que "outras operações estão no forno" e que há "boas fases por vir". A expectativa, entre os investigadores, é que este ano seja tão movimentado quanto 2016, quando foram realizadas 16 fases. Inquéritos que investigam agentes políticos que não se reelegeram e perderam o foro privilegiado, por exemplo, devem descer à primeira instância -e podem ser alvos de novas operações e denúncias. Luciano Flores de Lima atuou na Lava Jato entre 2014 e 2016, e foi responsável pelo interrogatório do ex-presidente Lula durante sua condução coercitiva, no Aeroporto de Congonhas. Ele é irmão do juiz federal Loraci Flores de Lima, que entrou no processo da Operação Rodin, em Santa Maria, apenas no seu final, para dar sentença. Essa foi a maior operação político-policial desempenhada pela Polícia Federal sob o comando do peremptório petista Tarso Genro, então ministro da Justiça, com o objetivo de intimidar adversários e pavimentar o caminho dele para o governo do Rio Grande do Sul. Luciano Flores de Lima era delegado em Santa Cruz do Sul, no Rio Grande do Sul, quando foi suspensa uma operação que teria entre os alvos o deputado federal petista Elvino Bohn Gass, em investigação de fraude nos empréstimos do Pronaf, beneficiando militantes do PT. O delegado Luciano Flores de Lima é originário de uma família de esquerda. Seu pai foi vereador em Santa Maria do antigo PTB e fez parte dos Grupos de 11 de Leonel Brizola. O seu grupo se reunia em armazém conhecido na cidade.

O cargo foi transmitido pelo atual diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Leite Valeixo, o qual trabalhou por 12 anos no Paraná, e foi superintendente no Estado por pouco mais de um ano. Junto com Valeixo, muitos dos membros da força-tarefa original da Lava Jato assumiram posições de comando da Polícia Federal em Brasília. O ex-coordenador da Lava Jato, delegado Igor Romário de Paula, é o diretor da Dicor (Diretoria de Investigação e Combate ao Crime Organizado). O delegado Márcio Anselmo, considerado um dos pais da operação, lidera a coordenação-geral de repressão à corrupção desde o ano passado. Já o perito Fábio Salvador, que chefiou por anos a perícia da PF no Paraná, assumiu recentemente a Diretoria Técnico-Científica, em Brasília. Também participam da gestão a delegada Erika Marena, que chefia o DRCI (Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional), e o ex-superintendente da Polícia Federal no Paraná, Rosalvo Ferreira Franco, responsável pela secretaria de Operações Policiais Integradas.

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