O clima na UPA Viamão, localizada na Avenida Senador Salgado Filho, nº 2055, em frente à entrada da populosa Vila Cecília, na parada 36 de Viamão, que atende uma enorme cliente desta grande área da região metropolitana de Porto Alegre, está contaminado pela intolerância e agressividade do gerente desta instalação da saúde pública. A situação chegou ao seu limite no dia 14, quinta-feira, quando o gerente Frabricio Ollermann, chamou um médico do plantão de "veado" e "vagabundo". As múltiplas situações críticas que ocorrem na UPA Viamão foram informadas a Videversus por várias fontes. Médicos e funcionários estão revoltados e solicitaram a intervenção do Simers (Sindicato dos Médicos do Rio Grande do Sul). A UPA Viamão é administrada pela empresa Lagoa-Rio (ABD Serviços Médicos), do Rio de Janeiro, a qual foi contactada pela direção do sindicato dos médicos do Rio Grande do Sul, mas não se comprometeu a tomar nenhuma medida imediata para fazer cessar o intenso assédio moral promovido por seu gerente no local.
Fabricio Ollermann, o gerente da UPA, é um político local do PTB. Concorreu a vereador na última eleição, em 2016, e obteve 932 votos, ficando como suplente. Eventualmente assume a vereança na cidade em licenças do titular do mandato. Nos meios políticos locais, conforme Videversus constatou junto a ex-candidatos, Fabricio Ollermann está preparando sua eleição em 2020, com a gerência da UPA Viamão funcionando como alavanca para sua futura eleição. Talvez isso justifique as atitudes que ele vem tomando na gestão da unidade de saúde, criando um clima falso de conflito dos pacientes que buscam atendimento com os médicos assoberbados sempre pela enorme quantidade trabalho e por faltas permanentes de materiais e medicamentos. Isso se constata por meio do video abaixo postado pelo site Porto Alegre 24 Horas, acompanhado do seguinte texto: "Gestor da UPA de Viamão arregaça as mangas - Na tarde desta quinta-feira (14), o homem no vídeo chamado Fabrício, indignado com a super lotação da UPA que fica localizada na parada 36 de Viamão saiu chamando atenção de todos os médicos pelos corredores por conta da demora e acumulo de pessoas no saguão. O mesmo tomou as rédeas e começou a agilizar o atendimento resultando em médicos com cara feia, e ele foi logo deixando seu telefone para os pacientes se por um acaso não tivessem a atenção necessária. O mesmo foi aplaudido pelas pessoas que aguardavam por várias horas na UPA aguardando pelo atendimento. Vejam vídeo gravado pelo paciente até o final". A seguir você vê o video, e comprove por si mesmo o clima de comício produzido por Fabricio Ollermann, até com direito a palmas do povo que esperava atendimento na UPA Viamão.
No dia 14, quinta-feira, Fabrício Ollermann, conforme os testemunhos de médicos e funcionários, entrou na área interna de atendimento de pacientes da UPA Viamão e começou a apressar o Dr. Renato para que o mesmo fosse atender pacientes, devido à fila grande. O médico estava prescrevendo paciente da Área Amarela que seria encaminhado para atendimento hospitalar por ambulância do SUS. Ao explicar a situação, o médico foi chamado de "vagabundo" e "veado". Chamar um médico de "vagabundo" é algo além dos limites. Um médico tem um curso muito exigente de formação, em dois turnos, às vezes mais, durante seis anos, e após a formatura ainda passa por um período de residência de mais dois ou três anos.
Mas, as confusões já têm origens anteriores. E essas atitudes já acontecem desde o ano passado, e sempre com o mesmo tipo de comportamento do gestor Fabricio Ollermann, conforme pode ser constatado pelas trocas de mensagens no grupo de Whatsapp da UPA Viamão. A médica "A.... A" (o nome é omitido para proteção da profissional, que foi ameaçada), que trabalhava no local, ousou reclamar da falta de materiais e medicamentos e foi recriminada de maneira inadequada, violenta, ameaçadora, e com o uso de expressões típicas de assédio moral, pelo gestor Fabricio Ollermann, conforme pode ser comprovado pela troca de mensagens via Whatsapp abaixo:
A médica "A....A", que já não trabalha mais na empresa que gerencia a UPA Viamão, ousou cumprir com o seu dever e foi furiosamente admoestada pelo gerente Fabricio Ollemann nos seguintes termos: "Não adianta reclamar aqui!!! Somos SUS e não unidade particular!!! Dependemos de repasses para realizarmos as compras, e se você buscar a informação verás que a Farmácia informa sim a todos que buscam saber! Acredito que se vc quiser conversar chegue antes e busque informações!! Mas não venha criar problemas ou lamúrias!! Estamos com mais de Um milhão em repasses atrasados e em nenhum mês ninguém deixou de receber seus salários! E quanto ao número de pessoas aguardando você deveria se informar sobre ontem antes de reclamar de hoje! E bem como olhar as outras unidades de saúde que sequer tem condições de atender!!! Estamos buscando melhorias, mas este tipo de reclamação não serve para nada! Não por whats!! Faça um documento, assine e oficie com teu coordenador, mas em tempo reitero olhe ao redor e também veja as coisas boas!! E todavia estes medicamentos podem ser substituídos ou são os únicos no mundo da medicina? Às vezes não entendo quando reclamam que não....". A médica "A..... A" reagiu com firmeza a essa manifestação irascível do gerente Fabricio Ollermann, nos seguintes termos:
"Acredito que o grupo serve para falarmos de todos os problemas relacionados a UPA. Eu fazendo qualquer coisa menos lamúrias, me trate com mais respeito pois em nenhum momento faltei com respeito com você. E muito menos te dei lição de moral".
O gerente Fabricio Ollermann deu continuidade a esta conversação via Whatsapp a "la maneira" Dilma Rousseff. A "mulher sapiens petista", quando estava muito enraivecida com algum interlocutor, começava a frase da seguinte forma: "Minha querida......". Todo mundo já sabia que aquele era o sinal supremo da ira. O gerente Fabricio Oltermann, na sequência da conversa via Whataspp, referiu-se à médico "A.....A" de maneira completamente inadequada, chamando-a de "querida", e ao mesmo tempo a ameaçando com demissão, ou sugerindo com toda clareza que ela pedisse demissão do trabalho. Ele usou os seguintes termos:
"Não faltei com o respeito. Não está satisfeita pela pra sair e ponto final. Tem q fazer ofício querida Dra". Não é preciso dizer que a médica "A...A", que ousou reclamar da falta de condições de trabalho para o atendimento dos pacientes na UPA Viamão acabou demitida pelo político gerente Fabrício Ollermann. A grande culpa dela foi denunciar, desde o ano passado, a falta de medicamentos, instrumentos, insumos em gerais, necessários ao atendimento dos pacientes e prescrições aos mesmos. No dia mesmo da confusão na UPA Viamão, em que o médico Renato assim como seus colegas foram chamados de "vagabundos" e "veados", a lista dos medicamentos disponíveis na unidade de saúde era a seguinte:
Todos os remédios fora dessa lista estavam faltando para o atendimento. Isso significa dizer que faltava desde o muito prosáico AAS (acido acetil salicilico), ministrado a pacientes que estão em enfarto, ou ameaça de enfarto, faltava xilocaina para a realização de exames endoscópicas, e por aí em diante.
O editor de Videversus, jornalista Vitor Vieira, enviou mensagem neste sábado (23) ao gerente Fabricio Ollermann por meio do Messenger em sua página pessoal e também pelo Whatsapp, em seu número, no qual ficou registrado que ele viu a mensagem, com o seguinte teor: !Estou escrevendo uma matéria sobre os problemas que afligem a UPA de Viamão sob a sua gestão. Tenho perguntas a lhe fazer, e espero suas respostas. 1) o Sr. mandou retirar a porta da sala de repouso dos médicos, repouso ao qual eles têm direito contratualmente, para que eles não possam mais interromper os atendimentos em seus plantões?; 2) o Sr. tem formação completa em Administração pela Ulbra?; 3) o Sr. é suplente de vereador pelo PTB na Câmara Municipal de Viamão?; 4) Quantos votos o sr. teve na eleição de 2016?; 5) o Sr. e candidato novamente a vereador na eleição de 2020?; 6) o Sr. e postulante ao cargo de secretário municipal de Saúde na prefeitura de Viamão?; 7) o Sr. está já em pré-campanha a vereança em 2020?; 8 ) o Sr. exerce qual cargo na UPA de Viamão, foi nomeado pelo prefeito e-ou secretário de Saúde, ou contratado pela gestora privada da UPA?; 9) por que o Sr. chamou o médico Renato de "veado" e "vagabundo" na última quinta-feira, nas instalações da UPA Viamão?; 10) o Sr. demitiu o médico Renato e por qual motivo?; 11) o Sr. publicou em sua rede social video gravado em comicio diante da clientela da UPA Viamão, chamando os médicos de vagabundos?; 12) o Sr. tem praticado assédio moral sobre os médicos contratados pela empresa carioca responsável pela gestão da UPA?; 13) o Sr. demitiu médica há cerca de um mês por haver a mesma reclamado por escrito da falta de medicamentos, equipamentos e outros materiais necessários ao atendimento dos pacientes?; 14) por que faltam medicamentos de todos os tipos necessários para o atendimento dos pacientes na UPA Viamão?". Até o final da tarde deste domingo Videversus não recebeu as manifestações do gerente Fabricio Ollermann. Videversus continua a disposição para publicar sua versão dos fatos.
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| Empresa responsável pela gestão da UPA Viamão, a ABD Serviços Médicos |
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