A alta do dólar ante o real nos últimos meses continua segurando as despesas de brasileiros no Exterior. Dados do Banco Central, divulgados na segunda-feira, 25, mostraram que os gastos líquidos com viagens em outros países foram de US$ 986 milhões em janeiro deste ano. O montante é 19% inferior ao registrado em janeiro do ano passado. Este resultado reflete as despesas de brasileiros em outros países em janeiro, já descontadas os gastos de estrangeiros em viagem ao Brasil. De acordo com o chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha, o câmbio explica o desempenho mais recente da conta de viagens internacionais. “Em janeiro de 2019, tivemos taxa média de câmbio de R$ 3,74. Em janeiro de 2018, de R$ 3,22. Isso significa uma desvalorização cambial de 16%”, pontuou, durante apresentação dos dados a jornalistas. Na prática, com um dólar mais caro ante o real, os brasileiros estão pensando duas vezes antes de viajar ao exterior. No ano passado, a conta de viagens internacionais do balanço de pagamentos ficou negativa em US$ 12,3 bilhões. Para 2019, a projeção é de gastos líquidos de US$ 17,0 bilhões – o aumento esperado é justificado, em grande parte, pela perspectiva de crescimento maior da economia e da renda este ano. Os dados mais recentes do BC mostram que em fevereiro, até o dia 21, as despesas líquidas dos brasileiros com viagens a outros países somam US$ 590 milhões.
Os dados do Banco Central mostraram ainda que, em janeiro, o País registrou déficit de US$ 6,548 bilhões em transações correntes. O número reflete a relação entre o Brasil e os outros países nas áreas comercial (exportação menos importação), de serviços e de rendas. Rocha pontuou que o saldo negativo foi apenas 4% superior ao déficit de US$ 6,239 bilhões em janeiro de 2018. "Manteve-se o déficit em níveis baixos, como já estamos observando há algum tempo", afirmou. No acumulado de 12 meses até janeiro, o déficit em conta corrente atingiu 0,78% do Produto Interno Bruto (PIB). Já o Investimento Direto no País (IDP), que reflete os aportes de estrangeiros no setor produtivo, somou US$ 5,87 bilhões em janeiro. O resultado ficou acima do esperado pelo próprio Banco Central, que previa 4,3 bilhões, em função de empréstimos intercompanhias registrados no fim do mês.
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