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sábado, 2 de fevereiro de 2019

Briga entre grupos pró e anti cangaceiro Renan Calheiros dominam sessão para eleição no Senado Federal


O "novo Renan", como o senador cangaceiro alagoano Renan Calheiros (MDB-AL) decidiu se auto-intitular nessa legislatura, foi derrotado nesta sexta-feira, 1, pelo colega de primeiro mandato Davi Alcolumbre (DEM-AP) em uma das etapas da eleição para a presidência do Senado. O pleito, um dos mais disputados da história da Casa, ainda está indefinido. Mas, Alcolumbre conseguiu uma proeza: 50 votos a favor da votação aberta. Fora dois contra e duas abstenções. Tudo o que o "novo Renan" não desejava, uma vez que o "velho Renan" enfrenta críticas pelos processos que responde no Supremo e tem mais dificuldades em vencer às claras. Foram apenas dois votos contra, porque o grupo do cangaceiro Renan Calheiros combinou de não participar da votação para não legitimá-la. Alcolumbre é ligado ao ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, homem forte do governo Bolsonaro e seu colega de partido. A mulher do ministro está empregada no gabinete do senador. O clima quente no plenário do Senado extrapolou para o Twitter. Renan acusou o ministro de "orientar" a manobra de Alcolumbre. Onyx se licenciou do ministério e passou o dia no Congresso ontem. Atendendo orientação de Onyx, Alcolumbre se autoproclama presidente interino. ]

Para garantir a votação aberta, Alcolumbre ocupou a cadeira da presidência do Senado desde a abertura dos trabalhos às 15 horas e não deixou o local até o encerramento da sessão. A senadora Kátia Abreu (PDT-TO) chegou a arrancar uma pasta com os procedimentos da sessão das mãos de Alcolumbre e recebeu um apelo de Renan: "Tire ele daí, Kátia!". Sem sucesso. O senador Major Olímpio (PSL-SP) chegou a sugerir que a Polícia Legislativa fosse convocada para conter Kátia Abreu e tomar de volta a pasta com documentos da Mesa Diretora. Também sem sucesso. O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) discutiu com Renan a ponto de serem apartados pelos colegas para não chegar às vias de fato. Na discussão, Tasso gritou que "Renan irá para a cadeia". Renan chegou a apelar para a memória de Tancredo Neves ao lembrar do episódio em que o ex-senador chamou de "canalha" o colega Auro de Moura Andrade por ter declarado vaga a Presidência da República no período da ditadura. "Canalha! Canalha!", disse Renan, em direção à Mesa do Senado, presidida por Alcolumbre. 

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