A Polícia Federal rastreou pagamentos de R$ 23 milhões da empresa açougueira bucaneira JBS a empresas ligadas ao ex-ministro Gilberto Kassab (PSD), hoje secretário licenciado da Casa Civil da gestão João Doria (PSDB) no governo de São Paulo. Kassab está licenciado do governo do Estado para se defender das suspeitas de recebimento de dinheiro ilegalmente da JBS. O valor de R$ 23 milhões aparece em relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) no inquérito que investiga repasses de R$ 58 milhões pelos irmãos Wesley e Joesley Batista a Kassab e ao PSD. A operação da Polícia Federal trata de um suposto esquema de recebimento de recursos ilícitos de 2010 a 2016. Um dos donos da JBS, Wesley Batista, afirmou que pagou propina de R$ 350 mil por mês a uma empresa ligada a Kassab, a Yape Consultoria e Debates, envolvendo contratos superfaturados de aluguel de caminhões. O valor total atingiria cerca de R$ 30 milhões, segundo o delator açougueiro bucaneiro. Kassab foi alvo de uma operação de busca e apreensão da Polícia Federal. Na ocasião, foram encontrados em sua casa em São Paulo R$ 300 mil em dinheiro. Os pagamentos suspeitos foram feitos à empresa Yape Consultoria (total de R$ 16,9 milhões), empresa da qual Kassab foi sócio até 2014 e era administrada por seus irmãos. Também é citada no inquérito outra empresa da família de Kassab, a Yape Transportes, que recebeu R$ 6,1 milhões. A investigação apura suspeita de que, enquanto a empresa de transportes prestava os serviços, a de consultoria não teria realizado. No entanto, o relatório também coloca em dúvida a delação de Wesley e afirma que é necessário que a investigação prossiga para que se possa fazer tal afirmação, uma vez que há relato de atividades na empresa e que Kassab sustenta ter prestado serviços.
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