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domingo, 6 de janeiro de 2019

Novo presidente assegura que Caixa Econômica Federal abre capital de subsidiárias ainda este ano


O novo presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, disse nesta semana que o banco começará a abrir o capital de suas subsidiárias ainda este ano. Segundo ele, estão previstas pelos menos duas ofertas iniciais de ações (IPO’s) em 2018 e as áreas que serão ofertadas ao mercado durante a sua gestão incluem seguros, cartões, loterias e setor de investimentos (asset). Segundo o executivo, o banco manterá o controle do capital dessas subsidiárias. “Abrir o capital dessas áreas faz parte da estratégia do governo para inserir o Brasil no mercado internacional. Se um IPO desses trouxer de 5 mil a 10 mil investidores, isso significa melhora na governança, aumento do valor da empresa e maiores pagamentos de dividendos. O IPO do IRB Brasil RE será a nossa referência”, afirmou Guimarães. Na avaliação do banqueiro, se a reforma da Previdência for aprovada, o Brasil deverá receber o maior fluxo de investimentos estrangeiros dos últimos dez anos. “A Caixa Econômica Federal estará preparada para receber esse capital. Os funcionários do banco também serão atraídos para se tornarem sócios da Caixa Econômica Federal no IPO”, completou. 

Outra frente na qual a Caixa Econômica Federal pretende se capitalizar no mercado é pela securitização de uma parcela da carteira de crédito imobiliário. Guimarães afirmou que tem discutido com o próximo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, a possibilidade de abrir essa securitização também para investidores internacionais. “Revender a dívida imobiliária irá gerar recursos para que a Caixa Econômica Federal aumente seus investimentos na área. Isso vai ser uma revolução, porque o dinheiro voltará para o banco investir novamente. Os bancos estrangeiros já fazem isso”, acrescentou. Guimarães também disse que o banco passará a ter como foco os pequenos tomadores de empréstimos e ampliará a sua vocação para atuar no crédito imobiliário. Alinhado com o ministro da Economia, Paulo Guedes, ele disse que o banco público não pode continuar a ter uma parte importante de sua carteira destinada para as grandes empresas. “Concordo 100% com Guedes quando ele fala em desestatizar o crédito. Até que ponto a Caixa Econômica Federal pode ter mais de R$ 100 bilhões emprestados para grandes companhias que têm acesso ao crédito privado, inclusive internacional? Nosso foco será nos pequenos”, enfatizou.

Guimarães lembrou que a Caixa Econômica Federal tem mais de 94 milhões de CPFs – considerando quem recebe benefícios pagos no banco estatal -, mas apontou 78 milhões desses potenciais clientes não adquirem produtos da instituição. “Vamos aproveitar as vantagens comparativas da Caixa”, acrescentou. O banqueiro ainda fez questão de citar a sua amizade pessoal com o novo presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, para dizer que os bancos atuarão em conjunto e buscarão reduzir custos por meio de parcerias em compras e no desenvolvimento tecnológico. “A Caixa Econômica Federal terá forte atuação no crédito imobiliário e o Banco do Brasil no agrícola. Não sei se já houve um alinhamento de idéias tão grande entre os bancos antes. Não haverá uma competição deletéria entre Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil, e sim uma atuação complementar”, afirmou.

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