Dois dias depois de a Justiça do Rio de Janeiro decretar a prisão do ex-policial militar Adriano da Nóbrega, acusado de chefiar uma milícia na zona oeste da cidade, o senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) afirmou que propôs duas homenagens a ele, enquanto deputado estadual, porque não sabia das suspeitas contra o agente. Um dos homenageados estava preso no momento em que o pedido de homenagem foi protocolado. Ele também condenou as milícias, que têm presença forte na zona oeste da capital fluminense e também na Baixada e têm influência política no Estado. “Eu já ofereci centenas de homenagens a policiais militares, a outros integrantes de segurança pública. As denúncias são informações que estão vindo à tona agora, e as homenagens foram por situações específicas. Não tem problema nenhum nisso, a gente tem que homenagear aqueles policiais que se destacam. Obviamente, as informações que agora aparecem são completamente diferentes das que eu tinha na época”, afirmou o filho do presidente Jair Bolsonaro, em entrevista ao SBT.
O senador eleito, em discursos na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, em 2006 e 2007, afirmou que “a milícia nada mais é do que um conjunto de policiais buscando expurgar do seio da comunidade o que há de pior: os criminosos”. Também disse em pronunciamento não achar “justa essa perseguição (aos milicianos)”. Nesta quinta-feira, disse ser contra as milícias. “Sou contra milícias, só que nesse momento (no passado) estava começando uma discussão sobre o que era isso, estava se generalizando de uma forma muito preocupante, em qualquer lugar onde moravam dois ou três policiais militares já estavam sendo considerados milícia. O que eu falei é que eu defendia os policiais”, justificou-se o senador eleito. “Sou contra qualquer tipo de tentar implantar um Estado paralelo que não seja o nosso democrático de direito”, completou. Flávio Bolsonaro também negou que tenha cogitado pedir afastamento do mandato de senador, que vai assumir em 1º de fevereiro, para se defender das acusações e como forma de proteger o governo do pai, o presidente Jair Bolsonaro. “Mentira, não sei nem de onde surgiu essa história. Eu nem tomei posse ainda, vou tomar posse e vou trabalhar muito pelo Rio de Janeiro e pelo Brasil. Não vou me afastar, e quero aproveitar a oportunidade para falar para todo o Brasil da grande perseguição política que estou sofrendo no meu Estado”.
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